O deputado federal Paulão, movimentos sociais e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) manifestaram apoio ao Grupo de Trabalho (GT) que atua na demarcação de terras do povo Kalankó, no município de Água Branca, Sertão alagoano.
O coordenador regional Nordeste 1 da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Cícero Albuquerque, denunciou ameaças e tentativas de intimidação durante os trabalhos. Os atos foram comunicados ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), à presidência da Funai, ao Ministério Público Federal (MPF), à superintendência da Polícia Federal em Alagoas (PF) e à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
“Repudiamos qualquer forma de violência e intimidação em relação ao processo de luta pelo direito fundamental ao território, assegurado pela Constituição Federal”, manifestou-se, em nota, o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal. Representantes do campus Sertão também se demonstraram preocupados com o clima de tensão naquela região.
Já o Conselho Universitário da Universidade Federal de Alagoas (Consuni/Ufal) aprovou menção de apoio e solidariedade à comunidade indígena Kalankó. No documento, o órgão apela para que as autoridades constituídas (Ministério Público Federal, Superintendência da Polícia Federal e Secretaria Estadual de Segurança Pública/AL) “busquem assegurar todos os esforços necessários e as medidas cabíveis visando estabelecer a paz social e a segurança da referida localidade, bem como garantir o livre exercício das atividades de trabalho desenvolvidos pelo GT/Funai na referida região”.
Na segunda-feira (4), o deputado Paulão denunciou a situação para todo o país e cobrou providências para garantir os direitos dos povos originários.
Assista:
A Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso) se juntou às entidades que se solidarizam aos indígenas alagoanos e, por meio de nota, também cobrou às autoridades providências no sentido de assegurar a segurança das lideranças indígenas.
Pastorais Sociais, organismos aliados à causa indígena, publicaram uma carta de solidariedade ao povo Kalankó pelas ameaças e perseguições. “O processo de identificação do território Kalankó é necessário: é um passo importante na luta dos povos indígenas do sertão, pois há mais de 25 anos o povo Kalankó reivindica o reconhecimento de seu território, que é fundamental para continuidade de suas tradições, costumes e valores ancestrais”, diz um trecho da carta.