11 de outubro de 2023 11:52 por Da Redação
A Polícia Civil (PCAL) vai investigar denúncias de práticas homofóbicas e racistas dentro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A instituição policial recebeu denúncia da estudante Thatiana Machado, da pós-graduação, dizendo-se vítima de racismo. Ela apontou dirigentes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) como responsáveis pelos atos discriminatórios.
“É muito ruim ser vítima de racismo!” – disse Thatiane, revelando ter sido chamada de fraca e de ter sua imagem vinculada a uma arma apontada para a cabeça de uma galinha preta. No Boletim de Ocorrência (B.O) feito pela estudante, consta ainda que um dirigente do DCE teria sugerido que “jogassem sal grosso” sobre sua pessoa.
Além de levar o caso à Polícia Civil, para adoção de medidas conforme a legislação, na última segunda-feira, 9, Thatiane Machado denunciou as agressões ao Conselho Superior da Universidade (Consuni) cobrando providências administrativas. “Essa situação não pode ficar impune. O reitor (Josealdo) Tonholo tem que investigar e punir os responsáveis conforme a lei” – afirmou a estudante. Um vídeo no Instagram mostra o relato feito ao Consuni.
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Vice-presidente Estadual da Unidade Popular (UP), Thatiana Machado disse que outros estudantes também foram vítimas de racismo, misoginia, além de homofobia e machismo, atos cometidos por membros do grupo Todos os Cantos, que integram a atual gestão do DCE/Ufal. Uma das vítimas foi estudante Matheus Vasconcelos, do curso de Direito, que também registrou Boletim de Ocorrência.
Na sua manifestação, Thatiane pediu o afastamento dos agressores e a convocação de um novo Conselho de Entidades de Base (CEB) para que os Centros e Diretórios Acadêmicos elejam novas representações estudantis para ocupar as cadeiras no Consuni.
“É urgente que a urgência da Universidade Federal de Alagoas apure os fatos denunciados e puna os estudantes que cometeram esses atos absurdos. Racismo é crime, e não vamos nos calar” – acrescentou Thatiane Machado.
Outros casos
Este não é o primeiro caso de homofobia e racismo registrado na Universidade Federal de Alagoas. Vários outros episódios já foram denunciados.
Em janeiro do ano passado, por exemplo, a Pró-Reitoria Estudantil solicitou a abertura de uma comissão de sindicância para que a Reitoria apurasse um caso de racismo, agressão e cárcere privado, dentro do Campus da Ufal.
Segundo a denúncia, um estudante de Ciências Sociais, que veio do Estado de São Paulo, teria ameaçado dois alunos quilombolas, mantendo-os em cárcere privado, dentro da cozinha da Residência Universitária.
O mesmo estudante, que veio para a Ufal em 2017, teria agredido em outra ocasião, um estudante homossexual e um quilombola, denúncia protocolada na Pró-Reitoria, com registro na Polícia Civil.