6 de novembro de 2023 11:03 por Da Redação
Por Plínio Teodoro, da revista Fórum
Em uma longa sequência de publicações na rede X, antigo Twitter, nesse sábado (4), a Federação Árabe Palestina do Brasil, a Fepal, reuniu XX pontos da cobertura da Rede Globo sobre o massacre do governo sionista de Israel em Gaza que leva à conclusão de que a emissora da família Marinho, que faz parte do pool neoliberal, “apoia o genocídio”.
A publicação foi feita após a repercussão de mais uma fala criminosa de Jorge Pontual, comentarista da GloboNews, que defendeu o ataque de Israel contra ambulâncias que partiam do hospital de Al-Shifa, em Gaza, na sexta-feira (3).
O jornalista, sediado na sucursal de Nova York do Grupo Globo, afirmou que “atacar terroristas do Hamas é um direito que Israel tem. Se eles estavam em uma ambulância, infelizmente era isso que Israel tinha que fazer: alvejar esses seus inimigos”.
- O caso foi o primeiro a ser citado na lista da Fepal, entidade que representa a diáspora palestina no Brasil, constituída por cerca de 60.000 imigrantes e refugiados e seus descendentes. “As falas vulgares de Pontual, como essa última, apenas escancaram o compromisso editorial da Globo com a agenda sionista”, afirma a federação sobre o jornalista, que foi às redes pedir desculpas após repercussão negativa da declaração.
- Na sequência, a Fepal cita uma reportagem do Fantástico, que repercute a fala de um palestino “dizendo que ‘todos sofrem COM O QUE ELE CHAMA de ocupação'”. “Isso é muito grave. A ocupação militar ilegal, desde 1967, é um FATO, reconhecida pela ONU, não uma questão de opinião”, diz a entidade palestina.
- Em seguida, a Fepal mostra uma nota eugenista no Jornal da Globo, em que a apresentadora Renata Lo Prete revela “a relação entre a taxa de natalidade de palestinos e o número de crianças mortas por ‘Israel”. “Esse argumento é usado por sionistas para negar o genocídio e a limpeza étnica. ‘Se houve limpeza étnica, por que a população cresceu?'”, indaga a federação.
- No quarto exemplo, é mostrada a “naturalidade” com que se informa que há crianças palestinas presas por Israel, exibindo um vídeo da GloboNews. “Não informa que: são mais de 150, sofrem tortura física e psicológica, muitas não tem nem acusação protocolada”.
- A Fepal cita na sequência “a escolha deliberada de não receber representantes da comunidade palestina no Brasil”, enquanto “propagandistas do apartheid batem ponto na programação”. Como exemplo, a federação mostra uma publicação na rede X do dia 8 de outubro, em que a entidade se coloca à disposição para levar à emissora a visão palestina do conflito.
- No sexto exemplo, a federação mostra que “a Globo faz o papel de assessoria de imprensa de Israel”, mostrando como a emissora propagou a versão sionista para negar o ataque a um hospital que matou 417 pessoas em Gaza.
- Em seguida, a Federação exibe uma análise do comentarista Marcelo Lins, da GloboNews, sobre o Hamas em que o jornalista omite os ataques israelenses e a colonização de terras palestina ao longo da História.
- No oitavo caso, a Fepal resgata um outro comentário de Jorge Pontual em que o comentarista defende o extermínio dos palestinos.
- Em mais um ponto, a entidade palestina afirma que “a Globo “erra”, ou melhor, deixa escancarado o compromisso com a agenda sionista ao se autorizar chamar o Hamas de ‘grupo terrorista’”, visto que não há convenção na ONU sobre o tema, posição adotada pelo governo brasileiro.
- Na décima posição, a federação lembra a “mea culpa” de Monica Waldvogel, também da GloboNews, “sobre a fake news espalhada pela própria sobre ligações entre o PT e o Hamas”.
- A Fepal ainda afirma que a emissora da família Marinho prefere dar voz a “grupos evangélicos fundamentalistas”, citando como exemplo “a turma do Valadão da Igreja Lagoinha’ – ligada ao clã Bolsoanro -, “do que a representação palestina, para falar sobre a Palestina”.
- Em novo exemplo, a federação palestina cita “o corte na edição do vídeo da ambulância bombardeada ontem por ‘Israel’ para corroborar com a narrativa de que não se poderia verificar informação sobre mortos e feridos”.
“São inúmeros episódios que demonstram o compromisso da Globo com a agenda sionista o genocídio palestino. A Globo desinforma a sociedade brasileira sobre o que acontece na Palestina. Por que? Há concessão pública aqui. Isso se tornará objeto de estudo no campo da Comunicação”, conclui a Fepal.
Veja abaixo a sequência de publicações no X.
Sobre o jornalismo do Grupo Globo.
As falas vulgares de Pontual, como essa última, apenas escancaram o compromisso editorial da Globo com a agenda sionista.
Revisitamos *alguns* episódios nesse fio. Vale ler. ????
A conclusão? A Globo apoia genocídio.pic.twitter.com/bUmBQJPzbE
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
Começamos com essa do @showdavida.
Nessa reportagem, eles repercutem a fala de um palestino dizendo que “todos sofrem COM O QUE ELE CHAMA de ocupação”.
Isso é muito grave. A ocupação militar ilegal, desde 1967, é um FATO, reconhecida pela ONU, não uma questão de opinião. pic.twitter.com/qMKBmK54Lt
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
Na maior naturalidade, essa passagem “informa” que há crianças palestinas presas por “israel”.
Não informa que:
– São mais de 150.
– Sofrem tortura física e psicológica.
– Muitas não tem nem acusação protocolada.https://t.co/3qgmiluThT— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
Inúmeros observadores e veículos de imprensa internacionais apontaram inconsistências na “evidências” forjadas por “israel” para negar a responsabilidade do bombardeio ao hospital em Gaza.
Já a Globo faz o papel de assessoria de imprensa de “israel”https://t.co/6xMtYRunj4
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
O primeiro video do Jorge Pontual.
Dispensa comentários. https://t.co/AsSqyyApSQ
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
A “errata” de Mônica Waldvogel sobre a fake news espalhada pela própria sobre ligações entre o PT e o Hamas.https://t.co/iAylkdfFyx
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023
Fantástica a observação de @jnascim sobre o corte na edição do vídeo da ambulância bombardeada ontem por “israel” para corroborar com a narrativa de que não se poderia verificar informação sobre mortos e feridos.https://t.co/wlfaySeA0U
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) November 4, 2023