19 de janeiro de 2024 10:11 por Da Redação
Por Luiz Nassif, do Jornal GGN
E um pequeno distribuidor do interior de São Paulo. Vender insumos para empresas do setor metalúrgico que, por sua vez, fornecem peças técnicas para a Volvo, Mercedes, Caterpillar. Seu cliente comprava R$ 1 milhão em equipamentos a cada três meses. Nos últimos meses, as compras baixaram para R$ 300 mil. Razão maior: importações da China.
Como defensora intransigente do liberalismo, The Financial Times mostrou que grande parte dos países está adotando medidas defensivas contra a invasão chinesa, mas defendeu o livre comércio.
Vamos a uma análise da balança comercial em 2023, comparado com 2022.
A China foi responsável por 24,8% de aumento das importações de ferro e aço básicos, de 10,5% de motores elétricos, de 4,5% em bombas e compressores, de 9,6% de outras máquinas para uso geral e de 20,6% de outras máquinas para fins especiais.
Na outra ponta, aumentaram as compras de produtos brasileiros, mas essencialkmente extrativistas. Hoje em dia ela responde pór 76,3% das compras de soja, 79,7% de minério de ferro, 48% do processamento e conservação de carn3 e 48,9% da fabricação de polpa, papel e cartão.
Estados Unidos, União Européia, Índia, todas as grandes economias do mundo voltaram a utilizar tarifas de importação como proteção para sua indústria. Há um inconveniente: tarifas implicam em produtos mais caros, pressionando os preços internos.
Se a prioridade única continuar sendo o controle da inflação a qualquer custo, os objetivos poderão ser alcançados, com a economia finalmente encontrando a paz dos cemitérios.
Nesse modelo, ganham apenas as empresas offshore que se especializaram na importação de produtos, especialmente os chineses.
O Ocidente está entrando em uma nova etapa de desindustrialização. E a região mais ameaçada é o sul global, que sequer conseguiu resistir à onda anterior.
Daí, insisto: há a necessidade premente da constituição de um grupo de estudos para discutir a política monetária e as políticas de austeridade.