7 de fevereiro de 2024 12:38 por Da Redação
Por Thiago Aquino, da Agência Tatu
A hanseníase é uma das doenças mais antigas do mundo e, mesmo assim, em 2022 ainda foram registrados 174.087 casos, sendo o Brasil o 2º país com maior quantidade de pessoas acometidas pela doença, segundo o Ministério da Saúde. No país, o Nordeste é a região que menos reduziu casos e é a segunda em maior número.
A Agência Tatu analisou o Boletim Epidemiológico da Hanseníase 2024 do Ministério da Saúde, divulgado no último dia 22 de janeiro, e constatou que a região Nordeste lidera o ranking das regiões que menos conseguiram reduzir os casos da doença. Em 2013 foram registrados 13.276 casos nos estados nordestinos, já em 2022 o número caiu para 8.879, o que representa uma redução histórica de 33,1%.
Apesar de registrar uma maior redução entre 2019 e 2020 e na sequência voltar a sofrer aumento, como mostra o mapa acima (passe o mouse sobre a região), o Ministério da Saúde contextualiza que os dados sofreram influência do subdiagnóstico causado pelo impacto da pandemia da Covid-19. Em todo país, foram 19.635 casos só em 2022.
Entre os estados nordestinos, Maranhão lidera o ranking com mais casos da doença, mais de 34 por 100 mil habitantes, considerando os dados mais atualizados de 2022. Na sequência aparecem Piauí e Pernambuco. Já Alagoas e Rio Grande do Norte registraram menos casos: 8,9 e 5,4 por 100 mil habitantes, respectivamente.
Casos de hanseníase no Nordeste por 100 mil habitantes em 2022
- Maranhão: 34,67 por 100 mil habitantes (2.349 casos)
- Piauí: 22,73 (743 casos)
- Pernambuco: 20,41 (1.849 casos)
- Ceará 12,99 (1.142 casos)
- Bahia 11,96 (1.691 casos)
- Sergipe: 11,68 (258 casos)
- Paraíba: 9,79 (389 casos)
- Alagoas: 8,92 (279 casos)
- Rio Grande do Norte: 5,42 (179 casos)
70,4% das pessoas acometidas são negras ou pardas
O levantamento do Ministério da Saúde mostra também, na página 54, que a hanseníase – conhecida no passado como lepra e carregada de estigma e discriminação – é mais prevalente em populações que vivem em condições de vulnerabilidade social. De todos os casos registrados, 70,4% foram em pessoas negras ou pardas e a maioria (56,3%) analfabeta ou com ensino fundamental completo ou incompleto.