18 de março de 2024 4:17 por Da Redação
Durante uma reunião do Colégio de Procuradores em Maceió, um microfone ligado revelou que a procuradora de Justiça Denise Guimarães, do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), não sabe que naquele espaço devem prevalecer as garantias a todos os cidadãos previstas na Constituição federal e não a segregação com base na Bíblia.
“Deus disse: ‘Crescei e multiplicai. Quem disser que esse tais LGBT multiplicam, eu calo”, disse ela, ao criticar a cessão de um carro ao Grupo Gay de Maceió pelo Ministério Público, em regime de comodato, para atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Alvo do comentário considerado lgbtfóbico, o Grupo Gay de Maceió divulgou nota nas redes sociais. “Em pleno 2024 não é mais possível tolerar esse tipo de atitude, muito menos de uma Procuradora que deveria trabalhar em prol dos direitos humanos. É lamentável ver falas como essas que vemos no vídeo vindas de uma servidora pública que deveria respeitar e proteger as leis!”, destacou a entidade.
Messias Mendonça, gerente de Articulação, Execução e Monitoramento de Políticas Públicas para a População LGBTQIAPN+ explicou as medidas a serem tomadas. “Vamos conversar com a chefia do Ministério Público para entender a situação e vamos também acionar o nosso jurídico e as lideranças nacionais, pois, essas falas cheias de preconceito não podem ser vistas como apenas um episódio isolado. Precisamos agir para que esse tipo de postura não se repita”.
Por meio de nota, o MPAL destacou que não comunga “com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores”. O órgão tamném reafirmou que o canal de diálogo com o segmento LGBTQIA+ seguirá aberto, assim como as parcerias já firmadas se manterão consolidadas.
Leia:
NOTA
O Ministério Público do Estado de Alagoas informa que, a respeito da reunião do Colégio de Procuradores de Justiça, ocorrida nessa quinta-feira (14), foi promovido um debate sobre políticas públicas afirmativas que objetivou a discussão sobre a reparação histórica do Estado no reconhecimento de direitos de populações vulneráveis, a exemplo de comunidades LGBTQIA+, quilombolas, indígenas e do povo preto.
O Ministério Público brasileiro, portanto, também o de Alagoas, tem o dever constitucional de promover a defesa intransigente de todos os direitos dessas comunidades, razão pela qual, não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores.
O MPAL também reafirma que o canal de diálogo com o segmento LGBTQIA+ seguirá aberto, assim como as parcerias já firmadas se manterão consolidadas, a exemplo da reunião realizada no último dia 8 que tratou do apoio institucional ao movimento, em razão do respeito do órgão para com esse público e todos aqueles cujos direitos sociais são salvaguardados pela Constituição Federal e, por consequência, pelo Ministério Público.
Veja o vídeo com as falas preconceituosas abaixo: