17 de julho de 2020 6:52 por Thania Valença
Instalada no bairro de Bebedouro há mais de 60 anos, a Casa Para a Velhice Luiza de Marilac é uma das diversas instituições que estão sofrendo os efeitos da exploração de salgema, atividade de mineração da Petroquímica Braskem que destruiu parte expressiva de Maceió. Como milhares de famílias, as 37 idosas que residem no abrigo estão vivendo dias de pavor, não somente pela redução das doações que as sustentam, mas principalmente pelo risco de não terem para onde ir.
Atingida pelas rachaduras, que já provocou a destruição de milhares de moradias na área que compreende os bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro e Sanatório, a casa sede do abrigo Luiza de Marilac está na área de risco de afundamento. Entretanto, passados 17 meses do primeiro contato com a Defesa Civil, em fevereiro do ano passado, quando o administrador do abrigo, Manoel Leopoldino, informou sobre as rachaduras, nenhuma providência foi adotada no sentido de colocar o imóvel em monitoramento.
Segundo Leopoldino, a instituição não está cadastrada pela Petroquímica Braskem como vítima da catástrofe provocada pela mineração. “Estamos em agonia” – afirmou o administrador. As dificuldades atingem as idosas, cuja idade varia entre 60 e 103 anos, e aos 52 funcionários, cujos salários estão ameaçados.
A última informação indica que o primeiro contato da administração com as equipes da Braskem, para dar início ao processo de reconhecimento para indenização, está marcado para o dia 2 de outubro. Apesar do esforço de todos os que fazem a gestão da Casa Para a Velhice Luiza de Marilac, os problemas só crescem.
Assim, o administrador pede que haja celeridade no processo, e mais doações. O abrigo precisa de alimentos, fraldas e Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para os funcionários. Nessa pandemia da Covid-19, ressalta Manoel Leopoldino, os cuidados com a higiene são intensificados. “Precisamos que a Braskem atenda nossas pretensões, que entenda nossa agonia!” – disse ele.