sábado 21 de setembro de 2024

Disseminação do Aedes aegypti é nova ameaça à saúde dos alagoanos

Situação se agrava em Maceió por conta da tragédia no Pinheiro

1 de agosto de 2020 4:45 por Thania Valença

Já em circula em Alagoas o sorotipo 2 da doença transmitida pelo aedes aegypti

Em meio à pandemia do novo coronavírus, que já matou 1.567 pessoas, conforme o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), divulgado nesta sexta-feira, 31, a população alagoana deve começar a se preocupar com o avanço do aedes aegypti. Especialistas alertam que o isolamento social, que fechou escolas e prédios públicos, além do abandono de imóveis na área do Pinheiro, em Maceió, podem intensificar a proliferação do mosquito.

O próprio Ministério da Saúde já alertou para o risco de um surto de dengue em Alagoas. Em janeiro, o coordenador Geral de Vigilância em Arbovirose do MS, Rodrigo Said,incluiu o estado entre os 11 listados na previsão de avanço do sorotipo 2 da doença. O novo sorotipo é ainda mais perigoso porque, ao ser infectada por um sorotipo de dengue, a pessoa se torna imune a ele, porém, se contrair a doença novamente por outro sorotipo, será mais grave do que na primeira vez.

“Essa mudança no padrão de circulação que ocorre agora nesses estados, e a possibilidade de ocorrer nos estados do Nordeste, apontam para um cenário de risco, que exigirá ações de vigilância para monitorar essa situação” – disse Said, à época.

Segundo dados ministeriais, dos 108.105 casos prováveis e taxa de incidência (casos/100 mil hab) de dengue no Nordeste, 1.520 serão em Alagoas. O estado tem taxa de incidência de 45,5. Vale ressaltar que, além da dengue, o mosquito Aedes aegypti é vetor da zika e da chikungunya.

No ano passado, Alagoas registrou mais de 31 mil notificações de doenças causadas pelo vetor, com 88% dos registros correspondendo à dengue (sorotipo 1). O risco agora é de um surto do sorotipo 2 no estado. A Sesau inclusive tem reforçado a importância da mobilização contra o mosquito.

Em pleno período chuvoso, as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti se disseminam. Em Maceió, os focos estão se disseminando, especialmente nos bairros próximos ao Mutange, Bebedouro, conjuntos Divaldo Suruagy e Jardim das Acácias. Destruídos pela petroquímica Braskem, multinacional que explora o minério sal-gema, na capital alagoana, esses bairros estão com milhares de imóveis abandonados, com todas as condições para surgirem criadouros do aedes aegypti.

Casas abandonadas, no bairro do Mutange, podem ser focos do aedes
Foto: Tribuna Hoje

Como se sabe, os maiores focos do mosquito estão dentro das casas, principalmente em reservatórios, como caixas d’água, vasos de planta, pneus, garrafas e até mesmo piscinas sem uso e manutenção.

Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) entre 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países, o que torna a dengue um grave problema de Saúde Pública no mundo. Descrita como uma doença infecciosa febril, aguda, sendo benigna na maior parte dos casos, a dengue é transmitida primariamente pelo mosquito Aedes aegypti (fêmea). São quatro sorotipos virais, que podem causar tanto a manifestação clássica da doença, quanto a grave.

O Ministério da Saúde indica que até maio último, o Brasil já tinha mais de 778 mil casos prováveis de dengue (com taxa de incidência de 370,4 casos a cada 100 mil habitantes). O número foi  registrado durante a 21ª Semana Epidemiológica (período equivalente ao período entre 29 de dezembro de 2019 a 23 de maio de 2020).

No ano passado, o Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue, um aumento de 488% em relação a 2018, segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.

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1 Comentário

  • Matéria muito oportuna. É gravíssima a dengue principalmente porque ela reincide e traz também zika e chikungunya. Representa uma ameaça tão grave quanto a covid, mas o povo segue apático, indiferente à mortandade. E daí? morre pobre e idoso. E daí?

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