5 de agosto de 2020 11:36 por Thania Valença
Após 20 anos de erradicação da doença, o Brasil enfrenta a reintrodução do sarampo. Segundo o Ministério da Saúde, o país permanece com surto nas cinco regiões. A Região Norte apresenta cinco (71,4%) estados com surto, a Região Nordeste seis (66,7%), a Região Sudeste três (75,0%), a Região Sul três (100,0%), e a Região Centro-Oeste quatro (100,0%) estados (Figura 1).
Os dados do MS, atualizados no dia 26 de junho último, mostram Alagoas com 3 casos , e nenhum óbito.
Entretanto, dados mais atuais, divulgados pelo Núcleo de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), mostram que, em 2019, Alagoas registrou 35 casos. Este ano, no primeiro semestre, foram notificados quatro casos. Isso significa que o vírus Measles morbillivirus, causador da doença, está circulando no estado.
“Se tivemos quatro casos confirmados de sarampo este ano em Alagoas, há evidencias da circulação do Measles morbillivirus em nosso território. Diante disso, a única maneira de prevenção é a vacina, que existe, é eficaz e está disponível gratuitamente para o público-alvo”, afirma a médica Denise Castro, assessora do Programa Nacional de Imunização (PNI) em Alagoas.
Segundo ela, os casos foram registrados nos municípios de Estrela de Alagoas, Maceió, Palmeira dos Índios e Olho D’Água das Flores.
Desde 1999 o estado não registrava nenhum caso de sarampo.
Para tirar Alagoas das estatísticas, garantindo que não surjam novos casos, a Sesau realiza desde a última segunda-feira, 3, uma campanha de vacinação em massa nos 102 municípios. A meta é vacinar 1.395.727 habitante, com idade entre 20 e 49 anos, inclusive àquelas que já tenham se imunizado. Só não precisarão comparecer aos postos as pessoas que se vacinaram nos últimos 30 dias.
A campanha segue até o dia 31 deste mês.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode levar à morte. Seus principais sintomas são febre, manchas avermelhadas no rosto e tosse persistente. Causada pelo vírus Measles morbillivirus, pode deixar sequelas, como cegueira e surdez. A única forma de prevenção é a vacina.
O primeiro caso identificado em Alagoas, após duas décadas, é o de um paciente do sexo masculino, 27 anos, residente em Arapiraca. O rapaz havia viajado para Salvador, de onde voltou no dia 31 de julho último, já apresentando os sinais da doença.