20 de agosto de 2020 12:40 por Thania Valença
Enquanto aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre suas reivindicações, funcionários dos Correios em Maceió, que aderiram à greve nacional na última segunda-feira, 17, fazem um protesto pelas principais avenidas da capital. Com faixas, cartazes e um caixão simbolizando o presidente Jair Bolsonaro, eles informam a população as razões da paralisação.
O grupo passou por ruas internas do bairro do Farol, e seguiu pela Avenida Fernandes Lima, uma das principais vias de tráfego da cidade. Manifestantes se revezavam falando à população, por meio de um carro de som, o que os levou à cruzar os braços.
O fim de auxílios como o que custeia a creche de funcionárias mães ou de ajuda a filhos com problemas de saúde é uma das principais razões da paralisação, que teve adesão de 70% do contingente operacional (entre carteiros, carregadores e motoristas) e administrativo da estatal em todo o país, segundo avaliação das Federações de funcionários dos Correios.
Segundo essas entidades, no primeiro dia de uma greve nacional cerca de 74 mil trabalhadores pararam. As agências continuaram abertas, mas sendo operadas por um contingente de 30% dos empregados – como determina a lei nesses casos.
Conforme denúncia das Federações, os Correios descumpriram o acordo coletivo que teria vigência até 2021, revogando direitos como pagamento de 30% de adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais.
Também afirmam que tiveram de acionar a Justiça para garantir equipamentos de proteção individual, para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, além de álcool em gel, testagem e afastamento de integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar.
A expectativa deles é que a greve seja encerrada até esta sexta-feira, 21, caso o STF suspenda uma liminar que trata da validade do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Se a decisão da Corte prorrogar por mais um ano as cláusulas decididas na negociação do ano passado, os funcionários terão mantidos todos os benefícios existentes.
O número de adesão é contestado pelos Correios, segundo o qual 83% do efetivo total não teria interrompido seu trabalho.
Em nota, a empresa informa que colocou em prática seu plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.