Afundamento decreta fechamento do Caldinho do Vieira, boteco com 50 anos de tradição

24 de agosto de 2020 9:50 por Thania Valença

Referência quando se fala de boteco em Maceió, o Caldinho do Vieira, no bairro do Pinheiro, vai fechar suas portas. Após 50 anos de atividade, sendo um dos mais frequentados da parte alta de Maceió, o estabelecimento deixa de existir por conta do afundamento da área onde está localizado, fenômeno geológico provocado pela multinacional Braskem S.A.
Além de milhares de residências, os 44 anos de exploração do sal-gema, minério que existe em abundância nessa região da capital alagoana, destruíram também o comércio, levando o microempresário José Vieira dos Anjos, proprietário do Caldinho do Vieira, a decretar o fechamento do tradicional boteco.
“E agora com muito pesar, venho dizer a todos que em detrimento ao afundamento e ao abalo que foi causado por uma empresa de mineração, nossos 50 anos de história var ficar na memória todos que apreciaram uma bela música, degustaram uma boa comida e saborearam uma cerveja super gelada… Obrigado a todos pela preferência que passaram por aqui e fizeram parte desta história” – diz um texto distribuído para informar sobre o fechamento do reduto dos apreciadores de “ele e ela”, ou seja, caldinho com cachaça.

O Caldinho do Vieira, localizado na Rua Professor José da Silveira Camerino, sempre foi, também, reduto de torcedores para assistir os jogos dos campeonatos de futebol, desfrutando além do delicioso caldinho de feijão, de petiscos como carneiro guisado e bolinho de bacalhau.
A receita original do caldinho vem de Pão de Açúcar, cidade de origem de José Vieira. Quem criou o caldinho foi sua irmã, Maria José, mas ele incrementou para torná-lo mais adequado ao acompanhamento – cachaça.

Passados 50 anos, sua vasta clientela, formada por comerciantes, políticos, professores, advogados, procuradores, promotores, juízes, desembargadores, taxistas, motoristas, dentistas, engenheiros, cobradores, médicos, enfermeiros, químicos, gestores, nutricionistas, cantores, jornalistas, operários e tantos outros, se depara com o fim do tradicional boteco.

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