sexta-feira 20 de setembro de 2024

Zailton Sarmento, um grande homem, um grande músico, um grande amigo

29 de setembro de 2020 11:23 por José Gomes Brandão

ZAILTON DA SILVA SARMENTO nasceu em Maceió, Alagoas, no dia 1º de abril de 1958, filho de José de Melo Sarmento e Maria José Siqueira Accioly.

É um grande multi-instrumentista e compositor que, como costumo dizer, começou a praticar a ARTE PRIMEIRA ainda no útero materno.

Baile de debutante na Rua Joaquim Távora, Centro, com o Conjunto Golden Lions em 1972. Almir Lopes, Zailton, a debutante e Brandão

Como um dos músicos aprendizes, tendo chegado em 1970 na antiga Escola Técnica Federal de Alagoas – ETFAL, iniciando o aprendizado musical com o inesquecível e lendário Mestre Manuca, encontrava-me na sala de música, no mês de abril de 1971, quando percebo a figura de um jovem aprendiz em aula com o nosso Mestre.

Ao final da lição, tomei a liberdade de me aproximar daquela criança, pois ainda não demonstrava ter idade suficiente para estudar na ETFAL, a fim de fazer um curso profissionalizante de nível médio, e perguntei: qual é o seu nome? E ele prontamente me respondeu: Zailton.

Caminhando juntos, tocamos em vários conjuntos nas décadas de 1970/80.

Zailton e o Kukasamba

Metido a trompetista e aprendiz de violão, eu costumava levar a tiracolo esses instrumentos para os palcos da vida, sempre em companhia do querido amigo Zailton, que não desprezava o cavaquinho cujo domínio chamou a atenção do nobre, famoso e saudoso Valdir Azevedo, num programa de rádio, transmitido a partir do Clube Fênix Alagoana pelo inesquecível Edécio Lopes.

O reconhecido músico, nacionalmente famoso, falou: “Zailton, queria eu tocar assim, quando tinha a sua idade”.

Nem por isso o Zailton se sentiu envaidecido, visto que a simplicidade é uma das qualidades que revela o quão nobre e humilde é este alagoano músico e amigo querido de todos.

São tantas as histórias que, por mais experiente que seja, qualquer contador levaria meses para concluir seus relatos. Fatos interessantes que o tempo registrou, marcaram aqueles amigos que puderam conviver e os que ainda têm o privilégio de compartilhar da sua música e da sua vida.

Certamente não se desprezam aqueles que denotam comicidade, uma vez que a vida desse artista sempre foi marcada por um comportamento hilariante. Quem da sua relação pessoal já presenciou um Zailton malcriado, esmurrando uma mesa ou esbravejando contra alguém?

Grupo Terra. Nelson, Zailton, Marcus Vagareza e Chico Elpídio. Sentados: Cláudio Batera, Paulo Renault e Cavalcante Barros (apoiador). Faltou o Gancho

Considerar que os momentos de sentimento menor tenham sido traduzidos em músicas executadas em tom menor é a conclusão óbvia de quem pode dizer que conhece o Zailton.

Até onde sei, já na segunda infância, desponta um artista numa família de músicos, com características determinantes de uma forte dose de ousadia composicional.

Tratadas no substrato do espírito, as notas musicais que produz para dar forma às suas melodias nos encantam a todos, bastando que se tenha desenvolvido o gosto pela boa música, não raro de difícil compreensão num primeiro momento, haja em vista a complexidade melódica e harmônica de algumas de suas criações que se distinguem do habitual.

Ensaio do Grupo TELEKOTEKO, que seria conhecido como Trio Elétrico da TELASA

Zailton cursou Administração de Empresas, no CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió e trabalhou na antiga TELASA – Telecomunicações de Alagoas S. A.

Quinta-feira, dia 24 de setembro de 2020, às 22h20, no Hospital do Coração de Alagoas, depois de mais de três meses lutando pela saúde, o Zailton, paciente renal crônico, despede-se da família e dos amigos.

Vitimado por choque séptico, infecção pulmonar, insuficiência renal crônica agudizada, infecção de fístula arteriovenosa, conforme Certidão de Óbito, emitida pelo CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO E ÓBITOS DO 1º DISTRITO DE MACEIÓ, situado à Rua Dias Cabral, 199, Centro, Maceió —, atende ao chamado divino a fim de ocupar um lugar muito especial ao lado do nosso CRIADOR.

Alagoas fica enlutada com a perda desse nobre homem, muito honrado, gentil, apreciado pela humildade, essa imensurável e admirada virtude pouco vista ao nosso redor, mas presente em cada dia da sua vida, desde sempre.

Não perdemos o amigo; ele foi ao encontro de DEUS. Não perdemos um músico; ele foi alegrar o Paraíso Angelical com a sua habilidade musical. O Zailton não morreu. Ele apenas renasceu num plano superior, por nós desconhecido, para onde todos seguiremos no dia e hora já previamente definidos. Até lá, meu querido irmão-amigo!

Publicado no www.historiadealagoas.com.br

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1 Comentário

  • Muito boa reportagem. Conheci Zailton, grande músico!
    Toquei no Golden Lions com Almir, Brandão, Rafael, Otelo, Marcos, Robertinho em 1972.

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