17 de outubro de 2020 7:11 por Da Redação
A segunda onda da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) que atinge a Europa, com recordes de contaminações, mas menos mortes e hospitalizações, sinaliza o rumo que o Brasil deve tomar para não repetir os erros no combate à doença.
Em quase todos os países europeus, as autoridades federais tomaram medidas para restringir a circulação de pessoas e obedeceram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação do vírus, como uso de máscaras e quarentenas obrigatórias. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), zombou das medidas e fez campanha para que a economia não parasse, chamou a pandemia de ‘gripezinha’ e se recusou a usar máscaras levando milhões de brasileiros a repetir o comportamento imprudente e irresponsável.
O resultado não poderia ser diferente. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA), o Brasil é o terceiro país com o maior número de infectados pelo novo coronavírus, com 5.169.386 de casos confirmados. Estão à frente apenas os Estados Unidos, com 7,9 milhões de casos, e a Índia em segundo, com 7,3 milhões.
Já em relação ao número de óbitos, o Brasil é o segundo colocado, com 152.460 de vidas perdidas. Perde apenas para os EUA, onde o presidente Donald Trump também menosprezou a pandemia. Os EUA têm 217.798 mortos pela Covid-19 até agora.
Em 24 horas, até esta quinta, foram registrados 28.523 novos casos e 713 novas mortes de brasileiros por Covid-19.
Situação no mundo
No início, a pandemia castigou mais países como China e Itália, que se organizaram e combateram a doença de maneira firme e organizada, com planejamento e ações concretas, enquanto n o Brasil patinou nas ações de combate ao novo coronavírus com o negacionismo de Bolsonaro, que até nisso imitou Trump.
Agora, a segunda onda atinge a Europa que se planeja para conter a tragédia. Nesta quinta-feira (15), o número de casos bateu novos recordes em alguns países e as medidas restritivas começaram a ser tomadas imediatamente. A maior parte dos óbitos na Europa se concentra em regiões inicialmente poupadas pela primeira onda da Covid-19. Nos locais que sofreram mais no começo, as mortes agora estão abaixo da média geral.
Este é o caso de Portugal, que foi poupado no início da pandemia devido as medidas de restrições e circulação de pessoas e agora é o único país onde o aumento de hospitalizações e mortes é mais significativo.
Os casos de Covid-19 na França representam mais que o dobro (213%) dos registrados no pico da pandemia. Em várias regiões do país francês ainda pode ter alta importante de hospitalizações e mortes, já que essas regiões tiveram menos hospitalizações e mortes na primeira onda.
Na Espanha, embora o país tenha contido as ocorrências apenas de maio a junho. Hoje, as regiões menos atingidas na primeira onda têm uma taxa de 22% de mortalidade. Já as que mais sofreram lá atrás, têm taxa de óbitos de 11%. Os novos casos representam hoje 82% do pico, e as internações, 15%.
A Itália debate a necessidade de novas quarentenas, enquanto a Alemanha decretou o fechamento de bares e restaurantes às 23h e limitou as festas familiares.
Na Itália, o aumento de novas infecções é alarmante. Nessa quarta-feira (14), foram 7.332 novos casos e 43 mortes, em comparação com 5.991 infectadas na terça-feira (13) e 41 mortes. A Itália atinge, assim, um recorde.
A mesma coisa se repete no Reino Unido, que hoje tem muitas contaminações (295%), mas as mortes por Covid representam 6% do pior momento, as hospitalizações, 24%.
Situação nos estados brasileiros
Dois estados estão com alta na média de mortes: o Piauí, pelo terceiro dia seguido, e a Paraíba, que estava em estabilidade.
O Distrito Federal e cinco estados não registraram variação significativa nas mortes e estão, portanto, em estabilidade: Maranhão, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Dezenove estados estão com queda na média móvel de mortes: Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Rondônia, Pará, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Fonte: Página da CUT