30 de outubro de 2020 9:29 por Da Redação
A pesquisa mais recente indicando a intenção de voto do eleitor maceioense, divulgada no dia 23 último, apontou Alfredo Gaspar e JHC empatados, com 24%, e Davi Davino Filho, com 15%. Depois desse resultado, o eleitor percebeu mudanças no tom da campanha eleitoral na capital.
O fato significativo e preocupante para a candidatura dos dois primeiros colocados é o crescimento sustentável de Davi Davino Filho (Progressistas) que iniciou a campanha com 5% das intenções de voto.
O resultado da segunda pesquisa acendeu o alerta no comando das campanhas de Gaspar e JHC, que viram Davino Filho acertar, até o momento, na propaganda eleitoral. Seu crescimento gerou turbulência, principalmente, nas hostes do candidato Alfredo Gaspar que, em tese, deveria polarizar com JHC.
Mas os estrategistas da campanha do candidato governista parecem não ter considerado a hipótese de crescimento de Davino Filho. E se tinham essa informação, extraída das pesquisas realizadas para consumo interno, não deram a ela a necessária importância.
Assim, o empate entre Alfredo e JHC, e a competitividade de Davino Filho, trouxeram para a cena política discursos focados nas questões municipais, mas também “disparos” de natureza mais pessoal. Diante do expressivo crescimento de sua candidatura, Davino Filho continuou fazedno suas propostas, mas passou a destacar com mais ênfase problemas na área da saúde e a exclusão social que atinge mais da metade da população de Maceió.
Ao mesmo tempo, disparou contra o candidato Alfredo Gaspar, lembrando suas inserções na periferia nas operações policiais quando foi secretário de Segurança (até março de 2016).
“Eu não desci grota mandando bala, não. Porque na periferia e nas grotas de Maceió têm pessoas de bem. Aprenda a respeitar as pessoas primeiro pra depois ser prefeito dessa cidade”, discursou Davino, no bairro do Jacintinho, referindo-se claramente a Alfredo Gaspar, candidato que tem apoio do governador Renan Filho (MDB), e do prefeito Rui Palmeira (sem partido).
Um discurso incômodo, inclusive para os dois patrocinadores da candidatura de Alfredo Gaspar. Mas, como a história mostra, a luta pelo poder não tem amizades e nem limites. É, de fato, uma guerra onde as armas utilizadas vão das convencionais às mais explosivas.
Neste sentido, vale lembra que até meados de janeiro, o prefeito Rui Palmeira tinha os Davino (pai e filho) como aliados. Porém, a campanha para sua sucessão alterou essa relação e agora, com Rui optando por Alfredo Gaspar, os Davino não se acanham em disparar artilharia pesada contra o ex-aliado. O prefeito, por sua vez, também muda o tom, demitindo do município ocupantes de cargos em comissão indicados pelo deputado Davi Davino Filho.
Mais artilharia contra Alfredo Gaspar
Por sua vez, o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC, mantém a expectativa de passar para o segundo turno. Com um discurso focado na mobilização do eleitorado jovem, e críticas à administração municipal, também fustiga a candidatura governista. JHC tem se mostrado mais seguro. Sua candidatura ganhou credibilidade em setores que vão além da juventude ao selar aliança com o ex-governador Ronaldo Lessa.
Diante desse cenário, Alfredo Gaspar enfrenta problemas. Ele chegou a mudar o marqueteiro de campanha, o que, na reta final, é considerado muito arriscado. Até agora, não firmou um discurso para se descolar dos dois concorrentes. Enquanto JHC se beneficia do empate técnico, Davi Davino Filho ganha musculatura para entrar no páreo.
O cenário que se apresenta hoje mostra que a disputa entre os três candidatos para definir quais dois irão ao segundo turno, será voto a voto.