30 de outubro de 2020 11:38 por Da Redação
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) protocolou duas denúncias em entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, pedindo providências acerca do desaparecimento forçado de Jonas Seixas, de 32 anos. O partido foi representando pela presidente do diretório estadual, Marcela Carnaúba, e pela candidata à prefeitura de Maceió, Valéria Correia.
Segundo a família do servente de pedreiro, de 32 anos, ele foi visto pela última vez no dia 9 deste mês, durante uma abordagem feita por policiais militares, na periferia de Maceió, onde mora.
O primeiro documento foi entregue ao Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da ONU, a Organização das Nações Unidas. O segundo, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Organização dos Estados Americanos.
“Nas denúncias, recomendamos que seja esclarecido o paradeiro de Jonas Seixas, a responsabilização do Estado de Alagoas, com manifestação pública dos fatos, por parte do poder público. Por fim, ainda solicitamos que seja recomendado ao Estado Brasileiro a implantação de medidas para diminuir o número de violações de direitos humanos, especialmente relacionadas à letalidade das forças de segurança, esclarece Valéria.
Marcela Carnaúba destaca ainda que Alagoas é um dos estados mais violentos do Brasil conforme índices oficiais da Secretaria de Segurança Pública estadual e do Atlas da Violência (IPEA, 2020). Para ela, as consequências dessa problemática sociopolítica fica ainda mais evidente por causa da falta de políticas públicas e pelo racismo estrutural.
“O direcionamento dessa abordagem truculenta da polícia alagoana, e porque não dizer brasileira, tem classe e cor, pois são os jovens negros e moradores das periferias alagoanas, em especial da capital Maceió, que sofrem com o pulso firme e com a mão armada do Estado. É estarrecedor notar que a terra de Zumbi dos Palmares é um dos locais mais perigosos do país para indivíduos negros”, reforça.
Com a formalização da denúncia à comunidade internacional, o PSOL acredita que haverá mais celeridade e rigor nas investigações sobre o desaparecimento de Jonas. O partido, por compromisso social, permanece acompanhando os desdobramentos do caso.
Fonte: Assessoria