6 de dezembro de 2020 1:57 por Coaracy Fonseca
O Governo do Estado anunciou vários concursos para 2021, menos para a autarquia de trânsito.
O DETRAN é uma entidade de alta rentabilidade para alguns setores da “elite” econômica local. Além dos denominados credenciamentos para vários serviços, inclusive placas de veículos, a perícia é algo nebuloso. Há uma ACP em curso à espera de definição.
Essas liteiras locais, que beneficiam algumas famílias poderosas, é uma dentre as razões do nosso subdesenvolvimento. O DETRAN é uma mina de ouro para essa gente que não precisa estudar, virar concurseiro, percorrer todo o Brasil para conseguir um emprego.
A vocação de Alagoas também é o turismo. Apesar do maltrato, o nosso Estado é muito bonito. O setor de serviços é fundamental, mas não temos infraestrutura, estradas, “comboios”, e o nosso aeroporto internacional já está acanhado e diminuto para o que se pretende. A nossa segurança pública é deficitária.
O turista precisa de segurança pública. Não há razão para ex-autoridades terem segurança vitalícia, ao custo de mais de R$ 78.000 mês, enquanto falta segurança para o turista e para a população. “Alguns são mais iguais do que os outros”.
Noutro giro, falta-nos investimento em qualificação profissional e a atração de indústrias de ponta (em bases republicanas) para absorver uma mão de obra qualificada, diminuindo a distância entre as classes sociais. Falta-nos infraestrutura para a logística.
Um pequeno grupo de capitalistas impõe o rumo de nossa economia arcaica, baseada na agroindústria da cana-de-açúcar. Não há como um Estado desenvolver-se com os engenhos banguês e a cultura de subsistência. Tal formatação econômica só beneficia um grupo privilegiado, inclusive no aspecto tributário.
Ao contrário, um parque industrial diversificado com indústria de ponta gera uma maior arrecadação tributária, cujos recursos podem ser investidos em prol da sociedade, em saneamento básico, por exemplo, reconhecendo a dignidade das pessoas.
O discurso do turismo (que é válido) é o discurso dos usineiros, que não permitem a entrada de novas indústrias, um novo capital físico e humano. Uma indústria automobilística, por exemplo, precisa de peças.
Ora, uma indústria de peças para veículos pode ser instalada gerando empregos. Mas tal empresa necessita de insumos de qualidade. Assim, o ciclo econômico começa a mudar e também a nossa realidade. É tudo que os privilegiados não desejam.
A seu turno, a terceirização da atividade fim é algo muito perigoso para um Estado como o de Alagoas. O medo de perder o emprego transforma o ser humano num autômato, silencioso e averso a denúncias. O controle social é interditado.
Finalmente, uma pergunta se impõe: por não o DETRAN? Responda você meu caro leitor.