8 de dezembro de 2020 5:23 por Da Redação
A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) deu o nome de Jayme Miranda – alagoano desaparecido em 1975, durante a ditadura militar – ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Campus VI. A solenidade aconteceu nessa segunda-feira (7).
As atividades no centro judiciário devem começar no retorno das aulas presenciais, previstas para fevereiro de 2021. Segundo o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, a iniciativa é uma forma de combater a intolerância em alta nos dias atuais e de lembrar de todos que tombaram na defesa da democracia.
”Homenagear o Jayme é homenagear uma forma de governo e sociedade que faz com que as pessoas convivam umas com as outras de forma tolerante, respeitando as diferenças. Então é dizer que nós desejamos profundamente que a intolerância ideológica, que fez desaparecer pessoas pelo simples fato de pensarem diferente, não volte mais”, disse.
A cerimônia contou com as presenças de Olga Miranda e Yuri Miranda, filhos do desaparecido político. Eles destacaram o exemplo de luta por justiça social e pelos direitos humanos que o pai deu a Alagoas.
”Essa iniciativa é tão importante para nossa família e para a história de Alagoas, faz um resgate, recupera uma pessoa que se doou para o estado, para o progresso, para a igualdade, liberdade e foi tão perseguido na época em que aqui viveu. Infelizmente é um dos desaparecidos do Brasil e nos sentimos muito emocionados diante dessa homenagem tão nobre e humanitária do Poder Judiciário”, afirmou Olga.
O Cejusc da Uneal atuará em conflitos com grandes litigantes, como Equatorial, empresas de telefonia e bancos, por exemplo. As mediações serão acompanhadas pelos estudantes de Direito, a partir do 7º período, assistidos por mediadores e conciliadores formados.