23 de dezembro de 2020 10:31 por Da Redação
Pesquisa divulgada pelo Instituto Fecomércio revela que o percentual de pessoas endividadas na capital alagoana diminuiu pelo oitavo mês consecutivo, em novembro de 2020. Esta é uma tendência que vem ocorrendo desde o início da pandemia, no mês de maio último.
Pelo segundo mês seguido, os indicadores de Maceió ficam abaixo da média nacional, ou seja, enquanto 64,1% dos maceioenses estão com algum tipo de dívida, a média das capitais brasileiras alcança os 66% do total. “Com contas em atraso, são 20,7% dos maceioenses, enquanto 25,7% estão nessa mesma situação, em média, nas outras capitais”, destaca o relatório.
O único indicador negativo em relação às outras capitais brasileiras é o nível de inadimplência, que é de 11,8% diante dos 11,5% da média. Veja a tabela com os dados:
Em termos absolutos, revela a pesquisa, a variação mensal dos endividados em geral do mês de novembro foi um pouco mais modesta que a do mês de outubro de 2020, saindo de 195 mil para 194 mil pessoas, uma queda de um pouco mais de 0,5%. Já os endividados com contas em atraso, que em outubro contabilizavam mais 66 mil pessoas, caíram para 62 mil, queda de aproximadamente 5,5%.
“Quando analisados numa perspectiva anual, os indicadores de endividamento e inadimplência estão, em sua maioria, abaixo do mesmo período no ano passado. No que tange aos endividados com contas em atraso, situação mais preocupante, observa-se uma diminuição de 26,5% na inadimplência com relação a novembro de 2019. Traduzindo esses números percentuais para números absolutos, o montante de 84 mil pessoas com contas em atraso, reduziu-se para 62 mil, refletindo uma queda de mais 22 mil pessoas inadimplentes na capital”, mostram os dados.
Cartão de crédito segue como principal forma de endividamento
O principal fator gerador de dívidas dos consumidores de Maceió – o que não é diferente das outras capitais – continua sendo o cartão de crédito: 94,8% fizeram uso desse recurso para adquirir bens e serviços. Outras modalidades de endividamento de curto prazo são os carnês (23,3%) e o crédito pessoal (4,1%).
Os dois grupos pesquisados – até 10 salários mínimos e mais de 10 salários – tiveram um percentual de nível de endividamento similar, os muito endividados margeiam os 6% nos dois patamares de renda. Entre os entrevistados, cerca 39,8% e 41% estão mais ou menos endividados, no primeiro caso, são os que recebem até 10 salários, no segundo, os que recebem mais de 10.
Dentre os endividados, os com renda até 10 salários mínimos, 33,7% possuem alguma dívida atrasada, contra 10,6% dos que recebem mais de 10 salários. Quanto ao tempo de atraso, os com renda até 10 salários têm uma média de 74 dias, já o nível de renda superior, tem uma média de 63 dias de atraso, sendo que mais de 50% dos dois níveis de renda demoram entre 3 e 6 meses no pagamento das dívidas, comprometendo, em média, 27% das suas rendas nesse período.
“De maneira analítica, os indicadores mostram uma melhora significativa na condição de endividamento e inadimplência em Maceió. Esse fator se deve, em grande medida, aos recursos oriundos programas de combate à pandemia, como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego (Bem), somados ao sentimento de incerteza característico das crises econômicas”, diz o Instituto Fecomércio.
Segundo os pesquisadores, estas condicionantes tornaram a população da capital alagoana mais receosa e prudente no tocante ao consumo. “Fora que nos primeiros meses da pandemia, a quarentena freou bruscamente o consumo de grande parte da população, gerando um ‘curto-circuito econômico’ nos condicionantes da oferta e da demanda do Brasil e da capital alagoana”, ressalta a pesquisa.
