18 de janeiro de 2021 2:24 por Da Redação
A morte a tiros do policial civil Jorge Vicente Ferreira Junior, por um policial militar, na noite deste domingo, 17, no bairro do Riacho Doce, em Maceió, pode se transformar num sério problema para o governo do estado e, ainda, prejudicar as relações entre as polícias civil e militar.
O aviso é da direção do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) que, na manhã de hoje, reuniu-se com o delegado-geral da PC, Paulo Cerqueira, para cobrar a elucidação da morte de Jorge Vicente, exigindo uma investigação “isenta e imparcial”, do fato.
O policial civil teria sido morto em consequência de um mal-entendido. De acordo com testemunhas, o policial civil estaria voltando pra casa a pé, após sair de um bar, e teria sido confundido com um criminoso por ter atirado contra o chão.
Isso teria assustado um grupo de pessoas, que saiu correndo. Um policial militar que reside na mesma área saiu de casa com arma em punho, em busca do suposto criminoso. A ação do PM resultou em troca de tiros e na morte do policial civil.
Sindicato cobra assistência a policiais
O Sindpol denuncia que, em menos de duas semanas, três policiais civis foram baleados durante operações contra criminosos e que estes profissionais não estariam recebendo a devida atenção do governo do estado.
Segundo a entidade, os policiais atingidos nas operações sequer receberam assistência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) o que, de acordo com a entidade sindical é uma “situação inaceitável” diante do aumento da violência no estado.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, definiu como “descaso” a postura do governo em relação aos policiais que estão na linha de frente do combate à criminalidade. Segundo ele, a Secretaria de Segurança Pública não tem prestado assistência aos policiais civis.
“Os policiais civis saem para trabalhar, defendendo a população alagoana contra a criminalidade; quando eles têm que revidar e mostrar a força do Estado contra a bandidagem, muitos acabam se ferindo e baleados, e a SSP não dá nenhum suporte ou assistência para o policial civil, que é integrante do órgão estadual. Esse policial voltará às ruas para combater o crime sem ter tido nenhuma assistência”, reclama.
O dirigente sindical vai mais longe afirmando que, sem a atenção à saúde, o policial pode desenvolver distúrbios de ansiedade, pânico, depressão, estresse pós-traumático, alcoolismo. “Tudo isso, o governo pode prevenir, prestando assistência aos policiais”.