19 de janeiro de 2021 6:21 por Da Redação
Ex-secretário de Segurança, o juiz Diógenes Tenório de Albuquerque cobrou do governo do Estado a apuração rigorosa e imparcial do assassinato do policial civil Jorge Vicente Ferreira Júnior. Durante o sepultamento do agente público, que era seu sobrinho, na manhã desta terça-feira, 19, na cidade de Murici, o magistrado disse que “é hora é de limpar a banda podre que ainda existe na Polícia Militar de Alagoas”.
A declaração dele faz referência à suspeita de que Jorge Vicente foi morto, na noite do domingo, 17, por policiais militares, no bairro do Riacho Doce, em Maceió, que o confundiram com um suspeito de crime. Diante do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, Diógenes Tenório afirmou que o policial não pode matar de forma indiscriminada. “Jorginho [como o policial era conhecido]era um homem de bem”, reclamou o juiz.
O mais grave, continuou Diógenes Tenório, é que o agente teria se identificado como policial civil, condição ignorada pelos militares que faziam patrulhamento na área. O juiz afirmou ainda que, além de jogar a carteira de identificação funcional na direção dos militares, Jorge Vicente se postou de braços abertos para mostrar que estava rendido. “Isso não bastou para evitar a covardia” – reagiu o juiz, que foi secretário de Segurança Pública (2014), na gestão do ex-governador Teotônio Vilela Filho.
O juiz disse que vai acompanhar a investigação como um compromisso consigo e com Deus, ressaltando que a morte do policial Jorge Vicente “não foi um fato normal, corriqueiro, simples”. Para ele, o crime deve despertar a indignação da sociedade alagoana.
Sindpol levanta hipótese de execução
Para a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), há indícios de execução na morte do agente da Polícia Civil. Segundo o presidente da entidade, Ricardo Nazário, dos oito tiros disparados contra Jorge, quatro foram nas costas, dois na cabeça, sendo um na nuca. Isso indica crime de execução, avalia o Sindpol.
“A categoria de policiais civis está de luto, e o Sindpol cobra celeridade nessa investigação. Queremos o esclarecimento dessa barbaridade”, afirmou Ricardo Nazário.
O delegado Paulo Cerqueira, com quem o policial assassinado trabalhava, disse que a Polícia Civil está triste. “É uma perda irreparável. Era um policial querido por todos”, afirmou ele, prometendo esclarecer o crime.
Além de familiares e amigos, o sepultamento de Jorge Vicente foi acompanhando por dezenas de policiais civis que, numa forma de protesto, usavam camisetas pretas.