O custo médio da cesta básica caiu em 12 e aumentou em cinco capitais de fevereiro para março, segundo o Dieese. Mas no período de um ano os preços sobem em todas as cidades pesquisadas, com altas de até 25%, ou aproximadamente cinco vezes a variação da inflação oficial.
No mês, as principais quedas foram apuradas em Salvador (-3,74%), Belo Horizonte (-3,11%), Rio de Janeiro (-2,74%) e São Paulo (-2,11%). E a maiores altas foram registradas em Aracaju (5,13%) e Natal (2,83%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 632,75) e a de menor custo, a de Salvador (R$ 461,28).
A cesta de maior preço (R$ 632,75) custa duas vezes e meia o valor médio do auxílio emergencial (R$ 250). Invertendo a equação, esse auxílio compra bem menos da metade (39,5%) dos produtos que compõem a cesta.
Salário mínimo
Em 12 meses, as cidades da região Sul acumularam as maiores taxas, aponta o Dieese. Em Porto Alegre, por exemplo, o aumento foi de 25,2%, chegando a 24% em Curitiba. Já em Belém, na região Norte, a alta foi de 23,15%. O IPCA está acumulado em 5,2% – amanhã (9), o IBGE divulga os números de março. Nos três primeiros meses deste ano, os preços da cesta básica caíram em 10 e subiram em sete capitais.
Com base na cesta mais cara no mês passado (Florianópolis), o Dieese estimou em R$ 5.315,74 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Esse valor corresponde a 4,83 vezes o mínimo oficial (R$ 1.100), um pouco menos do que em fevereiro (4,89).
Mais da metade do salário
Já o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi calculado em 109 horas e 18 minutos, ante 110 horas e 22 minutos no mês anterior. Segundo o Dieese, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 53,71% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos. O percentual ficou próximo de fevereiro (54,23%).
O preço do café em pó aumentou em 14 cidades no mês passado, chegando a 13,27% em Aracaju. “Há expectativa de quebra de safra brasileira e dos efeitos do clima na produção do grão, além da valorização do dólar”, analisa o Dieese. Já o feijão subiu em 13 capitais. “As altas se devem ao controle de parte da oferta pelos produtores, para que não houvesse queda nos preços. No entanto, a demanda seguiu baixa, em virtude da redução na renda das famílias. O feijão preto aumentou devido à valorização do dólar em relação ao real”, comenta o instituto.
Fonte: Página da CUT