14 de abril de 2021 2:50 por Revista Prosa e Arte
A maior biblioteca de autores portugueses fora de Portugal e uma das bibliotecas mais antigas e a famosas da América Latina. Fundada em 14 de maio de 1837, conta com mais de 350.000 títulos em um acervo que reúne obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII.
O Real Gabinete Português de Leitura é uma instituição notável, não só pelo considerável acervo bibliográfico ou pelas diversas atividades que desenvolve, mas também pelo prestígio nos meios intelectuais. A instituição foi fundada em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes portugueses para promover a cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Império.
O edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo neomanuelino. Este estilo arquitetônico evoca o exuberante estilo gótico-renascentista vigente à época dos Descobrimentos portugueses. A fachada é inspirada no Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa, foi trabalhada em pedra de lioz em Lisboa, trazida de navio para o Rio, por pelo artesão Germano José Salle. As quatro estátuas que a adornam retratam Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama. O Imperador D. Pedro II lançou a pedra fundamental do edifício e sua filha, a Princesa Isabel, junto com seu marido, o Conde d’Eu, inauguraram-no em 10 de setembro de 1887.
Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras lusitanas fora de Portugal. Entre os 350 mil volumes encontram-se obras raras como um exemplar da edição “princeps” de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), além de manuscritos do “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, do “Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, e centenas de cartas de escritores. Há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.
A história da Academia Brasileira de Letras está ligada à do Real Gabinete, uma vez que as cinco primeiras sessões solenes da Academia, sob a presidência de Machado de Assis, foram ali realizadas.
Além do acervo bibliográfico, O Real Gabinete atua como uma espécie de curador das relações culturais e sociais luso-brasileiras, desenvolvendo atividades por meio do Centro Cultural, do Centro de Estudos, do Pólo de Pesquisa Sobre as Relações Luso-brasileiras (PPRLB), e pelo Acervo Artístico que preserva, como fachada, obras de arte e a mobília que compõe o espaço.
O Real Gabinete Português de Leitura, entrou na lista das 20 bibliotecas mais bonitas do mundo. A seleção, feita pela revista “Time“, inclui edifícios históricos como a antiga biblioteca da Trinity College, em Dublin; a biblioteca de Alexandria, no Egito; e a famosa biblioteca pública de Nova York. E uma das 50 bibliotecas “mais majestosas” do mundo segundo a Architecture & Design, dedicada à arquitetura e ao design de interiores.
SERVIÇO:
Endereço: R. Luís de Camões, 30, centro – Rio de Janeiro
Funcionamento:9h às 18h
Entrada: gratuito
Site oficial: Real Gabinete