4 de julho de 2021 8:58 por Da Redação
Créditos: The Intercept Brasil
Francisco Maximiano, dono de nove empresas em bairros de alto padrão, que podem até ultrapassar os R$ 40 milhões de reais. Porém, em sua declaração de imposto de renda, um problema: ocultou que tem participação em seis delas. O curioso é que as que não aparecem em sua declaração, são as que têm negócios com o Governo Federal, como a Precisa Medicamentos.
Aliás, a Precisa aparece em uma denúncia feita pelo Deputado Federal Luís Miranda, do DEM do Distrito Federal, sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin. Segundo ele, seu irmão, que é servidor do Ministério da Saúde, sofreu pressão para aprovar o negócio, aparentemente suspeito.
O que mais chamou atenção, foi a nota fiscal para o pagamento antecipado de R$ 45 milhões do Ministério da Saúde a uma empresa que não aparecia no contrato, a Madison Biotech, localizada em Singapura. A Precisa fez a intermediação do negócio entre o governo e a farmacêutica indiana Bharat Biotech, fabricante da Covaxin. A empresa de Maximiano já foi investigada por autoridades mesmo antes de Miranda colocar a boca no mundo.
Inclusive, a empresa é suspeita de vender testes de covid-19 superfaturados e em quantidade superior à necessária ao governo do Distrito Federal. Para se ter uma ideia, em sua declaração de imposto de renda, entregue à Receita Federal com atraso em 7 de junho passado, constam rendimentos de apenas R$ 52 mil em um ano. O valor equivale a uma renda mensal de R$ 4,3 mil, montante que Maximiano gastou em apenas uma compra de supermercado, em Brasília, no dia 27 de março de 2020, segundo os documentos da comissão.
O empresário iria depor na CPI da Covid na última quinta-feira (1). Porém, conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal que lhe dá o direito de ficar calado perante os senadores, e a audiência foi adiada. A data do novo depoimento ainda não foi confirmada.