8 de julho de 2021 6:20 por Da Redação
Depois de um protesto na Avenida Fernandes Lima, uma das principais vias de trânsito de Maceió, que durou mais de 5 horas, moradores e empresários dos bairros destruídos pela exploração de sal-gema, em Maceió, estabeleceram o dia 16 próximo como data limite para que a multinacional Braskem S.A responda às suas reivindicações. Se até lá não houver retorno, eles vão realizar novo ato público, desta vez em frente à sede da empresa, localizada na Avenida Assis Chateaubriand, no bairro Pontal da Barra.
Organizadas pelo Movimento Unificado de Vítimas da Braskem (MUVB) e pela Associação dos Empreendedores do Pinheiro, centenas de pessoas afetadas pelo afundamento do solo e destruição de casas, protestam contra a demora da Braskem em solucionar os problemas que a própria empresa criou.
Nesta quinta-feira, 8, em mais um protesto, eles interditaram a Fernandes Lima, nos dois sentidos (Centro/Tabuleiro e Tabuleiro/Centro) no ponto em frente ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL) e ao Centro de Apoio Operacional as Promotorias (CAOP), do Ministério Público estadual (MPE/AL), das 8h40 até às 14h. Com a ação, Maceió viveu uma manhã bastante tumultuada. Motoristas passaram mais de 1h em congestionamentos nas vias secundárias à avenida.
Com intermediação do Centro de Gerenciamento de Crises da Policia Militar de Alagoas, do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública Estadual e do próprio MPE/AL, os manifestantes só encerraram o ato diante da promessa de que suas demandas serão avaliadas pela Braskem até o dia 16 próximo.
Eles cobram mais agilidade no pagamento das indenizações a quem perdeu imóveis, e reclamam dos acordos que estão sendo firmados por intermédio dos órgãos públicos que formam a Força Tarefa de enfrentamento ao crime ambiental e geológico provocado pela multinacional Braskem. As vítimas querem negociar diretamente com a mineradora, sem intermédio de nenhum órgão.
“Os intermediários não nos ajudaram até o momento. É um problema dinâmico, muito grave, muito complexo e as pessoas em seus gabinetes, com seus altos salários, não estão conseguindo dar conta da necessidade dos empresários, dos trabalhadores e dos moradores”, afirmou Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empresários do Pinheiro.
Segundo ele, os órgãos públicos aceitaram essa posição, mas os moradores querem que isso seja formalizado em documento. “A partir de agora, se eles aceitarem, nós, lideranças dos bairros afetados, vamos negociar direto com a Braskem” – afirmou Sampaio.
1 Comentário
O que a Braskem provocou em Maceió foi um
desastre de proporções avassaladoras. E a empresa, evidentemente apoiada por alguns funcionários e autoridades , não cumpriu até agora o mínimo que lhe cabe: ressarcir economicamente os prejudicados. As memórias perdidas e os projetos abandonados, estes nunca mais serão recuperados.