10 de julho de 2021 11:05 por Da Redação
Os dados estatísticos apresentados pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), nesta sexta-feira (9), em uma entrevista coletiva com a participação do Governador do Estado, Renan Filho, anunciando a redução dos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), podem ser analisados por outra perspectiva.
Os dados apresentados, quando interpretados por faixa etária, a mesma série história apresentada pela SSP-AL (2012 a 2020), pode-se analisar que são os adolescentes e os jovens as principais vítimas, as que mais têm sido assassinadas.
Os territórios identificados na cidade de Maceió, onde acontecem os maiores indicadores de homicídios, são zonas de exclusão na capital, ou seja, áreas em que o Estado tem pleno conhecimento da elevada exclusão social e econômica. Além de não existirem políticas públicas no município de Maceió e muito menos no governo estadual.
Se no conjunto das faixas etárias houve redução de homicídios, na faixa dos 12 anos aos 29, o percentual é ainda é muito alto e não há perspectiva de inversão dessa curva sem investimentos em políticas públicas sociais e sem uma segurança pública qualificada.
A vulnerabilidade da juventude em Maceió e em Alagoas é crônica, os dados estatísticos da SSP indicam. A comemoração mais festejada tem sido a redução dos crimes contra o patrimônio, os furtos e assaltos, o que é positivo na leitura geral dos dados. Mas a principal ação do Estado/governo é a defesa e preservação da vida.
Os números de homicídios ainda são muito altos, mas como as vítimas são moradoras dos bairros periféricos, consequentemente pobres são invisíveis.
A Pandemia:
Em 2020, ocorreram 1.345 homicídios em Alagoas, com uma média de 3.67 homicídios por dia. Em Maceió, foram assassinadas 404 pessoas, com uma média de 1.10 homicídios por dia.
Os primeiros meses de 2021 os dados não diferem em relação ao ano anterior. Os adolescentes e os jovens continuam sendo mortos e não há estudos feitos pela segurança pública para identificar as causas de tantos e continuados assassinatos. Não basta anunciar que são brigas de facções criminosas que disputam território no varejo do tráfico. Essa tem sido a “explicação” usual.