5 de outubro de 2021 2:11 por Da Redação
Mês em que chegam às flores com a sua primavera, pássaros cantam, acasalam gorjeando, a água canta entre os canteiros, as árvores com folhas verdes copadas, fazem deste mês um dos meses mais interessantes do ano.
Há 30 Setembro, fomos obrigados a levá-lo a sua última morada com uma dor inexplicável no peito. Seguimos seu cortejo fúnebre.
Foi também no mês de outubro, fui convidada pelo jornalista Aécio Diniz, então Diretor do Jornal de Alagoas, vespertino que circulava há bastante tempo a escrever. Aécio, Trazido por Assis Chateaubriand, para a terra de Alagoas. Meu pai, junto com meus tios, amantes das letras viram uma vasta estrada a trilhar.
Achei a idéia de Aécio extraordinária, a princípio.
Porém, depois parei e fiz uma autoanálise. Zodja? Que ousadia? Querer substituir o insubstituível!
O que para mim seria motivo de orgulho , tornou-se medo.
Aécio, já conhecia algumas linhas por mim escritas, e encheu-me de coragem massageando meu ego, tipo “ você pode, você consegue, vá em frente, eu lhe ajudo.
Fato feito.
No afã dos meus 20 e poucos anos, engoli a corda.
Tinha um estilo tendencioso, que herdei e agreguei algumas plateias.
De governo em governo fui citando o que na minha visão era democrático. Fiz grandes amigos cujos nomes não relatado por medo de cometer injustiças. Foi um período brilhante na minha vida, a despeito do fatídico dia 26 que para mim ficou marcado com o 1° dos piores dias de minha vida.
30 anos sem ele. Ainda é muito presente , sinto até seu cheiro, ouso sua voz a me dizer” Quer escrever? Aprenda português”.
Assim fiz, me dediquei ao português ( na época não havia faculdade de comunicação) graduei-me em História com PHD em *A SEGUNDA GRANDE GUERRA*.
Meu sonho era ir para o jornal!. E fui.
Hoje a tristeza acompanhada com a saudade bate em minha porta.
Com lágrimas nos olhos volta a homenagear meu herói.
Vivi em silêncio grandes horas amargas, sempre lhe procurando e tentando lhe ver em qualquer lugar.
Que falta pai, que saudade dorida. Sete anos depois no mês de agosto perdi minha única filha, mais uma pancada do destino. Ainda não aprendi a viver sem vocês , meus 2 grandes amores.
Olavo Bilac disse certa vez “ sem dores ou cores não podemos pintar a tela de nossa vida.”
Gutemberg criou a imprensa, e hoje creio que se assustaria se visse como sua descoberta se transformou. Novas roupas, novos adereços novas maneiras de se fazer escrita. Com o advento da tecnologia , facilitou muito a pesquisa, bem como fez com os internautas se sentissem jornalista ,(ri) ironia cruel, tantos estudaram para ter a sonhada graduação jornalística e hoje disputam lugar com a tecnologia. Bem , é a vida, são mudanças que melhorarão os futuros escritores.
Ergo o tapete vermelho, munida de tristeza para vê-lo desfilar mais uma vez, sublimemente com estivesse a dançar um noturno de Chopim.
Me espera pai, estou chegando. Não ouviu ainda, vamos passear de mãos dadas como outrora.
Até breve.
Zodja Jambo, é funcionária pública estadual, graduada em História e gestora em Recursos humanos.