15 de outubro de 2021 12:18 por Da Redação
A demolição de mais duas casas, esta semana, no bairro do Pinheiro, em Maceió, trouxe mais angústia e sofrimento para os últimos dois moradores da Rua Santo Antônio. Dona Liene Cardoso da Silva, de 76 anos, e seu Vanildo Pascoal Dantas, de 88, resistem em deixar o imóvel onde moram há décadas.
“Foi aqui onde a gente construiu nossas vidas, criou nossos filhos. Eles foram criados aqui, estudaram aqui, tudo de bom tinha nesse bairro. Só saio daqui quando eles [a Braskem]pagarem toda a nossa casinha, que foi a nossa vida”, afirma Liene.
O casal de idosos mora numa das regiões inclusas no mapa de risco de afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema, que atinge cinco bairros da capital alagoana. Ela, com 56 anos no local e ele com 68, também sofrem com problemas financeiros e de saúde por conta da maior tragédia ambiental em área urbana do mundo.
É que, sem a renda de casas de aluguel que possuíam na região, Liene e Vanildo não podem mais pagar o plano de saúde e convivem com a depressão e doença cardíaca. Segundo a mulher, eles somente deixam a casa após serem indenizados com um valor justo. “O que a Braskem oferece não dá nem para comprar um terreno”.