1 de dezembro de 2021 4:13 por Da Redação
Os dados de 2021 sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e o vírus HIV ainda não foram totalizados, mas devem apresentar alterações expressivas, considerando que os diagnósticos de HIV/AIDS sofreram interferência da pandemia Covid-19. Na última terça-feira, 30, um dia antes do início das ações do Dezembro Vermelho, mês dedicado à luta contra a Aids, a Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) revelou que muitos pacientes estão chegando aos serviços de Saúde com sintomas graves da doença.
O quadro desses pacientes pode ter sido confundido com os sintomas da Covid-19, admite a coordenadora do ambulatório de HIV/AIDS do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (Heha), enfermeira Lygia Antas.
“Pacientes estão chegando ao Hospital com diagnóstico recente e já com sintomas graves de Aids, não só com a infecção do HIV, mas com a Aids já instalada. Muita gente não procurou os serviços de saúde para realizar o teste durante a pandemia. Os que procuraram apresentavam fraqueza, dores no corpo, tosse, febre e tudo isso pode ser confundido com sintomas da Covid-19, o que dificultou o diagnóstico, uma vez que a pandemia alterou a triagem de rotina para o HIV nos serviços básicos de saúde”, explica a coordenadora.
Segundo a Uncisal, nos últimos meses, o Hospital Helvio Auto identificou a chegada de pacientes com Aids grave para serem internados, situação que pode ter se agravado após o pico da pandemia do novo coronavírus. Muitas pessoas procuraram os serviços básicos de saúde com sintomas que podem ser facilmente confundidos com Covid-19, mas não foram corretamente diagnosticados como HIV/AIDS.
Diante deste quadro, e como forma de alertar a população, a partir desta quarta-feira, 1º, o Hospital Helvio Auto passa a oferecer testes abertos à população para detectar o vírus HIV, além de ações educativas e orientações pré e pós-testes. Os resultados dos testes rápidos saem em torno de 30 minutos.
Interessados devem procurar o hospital, localizado no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, das 8h às 12h.
Números oficiais
Até o ano passado, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), registrou 3.858 pessoas em Alagoas vivendo com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). O Estado tem ainda 3.991 pessoas contaminadas pelo HIV, sendo 461 dos diagnósticos registrados de janeiro a dezembro de 2020.
A AIDS é uma doença incurável, provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que pode comprometer o sistema imunológico, tornando o corpo suscetível a alguns tipos de cânceres e a doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonias graves, toxoplasmose e histoplasmose.