4 de dezembro de 2021 12:38 por Da Redação
O Brasil alcançou um grau de desenvolvimento capitalista que o coloca entre as 15 maiores economia do mundo. Houve um retrocesso considerável nos últimos anos, pois o país, que chegou a figurar entre as sete potências mundiais, este ano caiu para 13º lugar entre as maiores economias.
Nos últimos cinquenta anos, o Brasil também conseguiu entrar no clube das nações desenvolvidas ou em desenvolvimento e mostrava níveis de controle ambiental que serviram de exemplo para muitas nações, inclusive as europeias, EUA.
Mas, há exceções. A Braskem, uma indústria brasileira que se transformou numa gigante do setor petroquímico mundial, é um exemplo negativo quando se trata de prevenção e cuidados com o meio ambiente.
Maceió é um case em nível mundial da volúpia, da ganância e, principalmente, do descaso com a cidade e com a população. Extrair a maior quantidade possível de minérios sem qualquer cuidado com o meio ambiente foi a estratégia adotada – nesse caso, a Braskem continuou e acelerou a extração do sal-gema do subsolo – pela Salgema Indústrias Químicas S/A criada em 1977, durante a ditadura militar.
O escárnio acontece quando a Braskem informa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da Bolsa de Valores de São Paulo que R$ 6 bilhões serão distribuídos entre os acionistas. Mais de 60 mil pessoas perderam o sossego, a saúde e os imóveis onde residiam e tinham aas suas empresas nos bairros de Pinheiro, Sanatório, Bebedouro, Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Mutange, Bom Parto e Farol em Maceió.
As vítimas desse crime inominável vêm protestando pelas ruas de Maceió. Elas são os novos refugiados urbanos de crime ambiental e, este provocado pela Braskem, é o maior em área urbana do mundo.
As instituições do Estado estão inertes ou reagindo pontualmente e como se houvesse realizado um “acordo de cavalheiros” entre o criminoso, no caso a Braskem, e os agentes estatais.
As vítimas catatônicas esperam as necessárias e justas indenizações que não acontecem com a celeridade que o caso exige e, quando ocorrem, os valores são aquém daqueles praticados no mercado.
O capitalismo praticado no Brasil é cruel e quando o Estado (Poder Público) se ausenta, a arrogância da empresa e de seus diretores crescem, exponencialmente, contra a sociedade. E contra, ainda mais, as vítimas que estão sendo espoliadas.
A globalização dessa luta é um dos caminhos para aumentar a pressão sobre a Braskem em todos os países onde a empresa atua.
Alagoas é o centro da resistência, mas essa guerra só será vencida com a participação dos movimentos ambientalistas e políticos nos âmbitos nacional e internacional.