quinta-feira 19 de setembro de 2024

Maioria na Ufal, mulheres são apenas 10% em cursos de exatas

Veja ainda qual curso não contou com nenhuma matrícula de mulher nos últimos 3 anos
Foto: Reprodução / USP

Maria Luiza Dantas*

Anos de luta das mulheres para garantir seu espaço mostram que a presença feminina tem se tornado cada vez mais frequente em diferentes áreas da sociedade. No meio acadêmico não é diferente. Apesar disso, os números ainda apontam a disparidade no ingresso de mulheres em cursos universitários que, tradicionalmente, são ocupados por homens.

De acordo com os dados obtidos via Lei de Acesso à Informação e analisados pela Agência Tatu, os cursos voltados para a área do conhecimento de exatas, principalmente, contam com menor presença feminina. Este é o caso dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia da Computação que possuem apenas com 10,7% e 11,7 % de mulheres matriculadas, respectivamente.

Ou seja, dos 584 matriculados no curso de Ciência da Computação, somente 63 são mulheres. Já em Engenharia da Computação, dos 281 estudantes, apenas 31 são do sexo feminino.

Há ainda um curso que não conta com nenhuma mulher matriculada. Ao longo de três anos, Música, com especialidade em canto, teve apenas duas matrículas realizadas, em que foram contemplados apenas homens.  Outras modalidades do curso de Música também apresentam poucas mulheres.

As informações, obtidas junto ao Núcleo de Tecnologia da Informação da Ufal, revelam ainda que, entre janeiro de 2018 e outubro de 2021, 24.174 estudantes se matricularam nos cursos disponibilizados pela Ufal. Deste total, 51% são mulheres.

Eliana Almeida foi docente do curso de Computação da Ufal e hoje está aposentada. Durante muito tempo, ela foi a única mulher professora do curso. “Passei muito tempo, acho que uns 15 anos, sendo a única mulher no corpo docente do Instituto de Computação”, afirmou.

Quanto aos colegas e alunos, Eliana disse que sempre foi tratada com respeito, mas, em algumas questões percebia a diferença de tratamento.  “Às vezes você fica fora do processo de tomada de decisão. Neste segundo ponto, cheguei a ser chefe de departamento, coordenadora de extensão mas não podia ‘sair da linha’, ou seja, a mínima atitude que fizesse com que eu me sobressaísse já causava um certo desconforto entre eles”, completou.

Ziliane Lima,  coordenadora do curso de Música da UFAL, também falou sobre a experiência de trabalhar em um ambiente onde a presença feminina é escassa. “Quando eu entrei [como professora da Ufal], tinham apenas duas professoras. Eu fui a terceira e a última docente a entrar no curso. Nunca tive nenhum tipo de problema por conta disso. O tratamento tanto dos colegas, quanto dos alunos, sempre foi o melhor e sempre de muito respeito”, acrescentou.

Lima também destacou a pouca presença de mulheres na música, como resultado da tradição baseada em músicos homens. “Existe uma tradição antiga nas bandas. Os homens tocavam bastante em bandas militares, então a mudança acabou acontecendo de maneira muito devagar. Além disso,  ainda existem alguns instrumentos que são denominados instrumentos masculinos, por serem de sopro e de  grande porte”, pontuou.

Presença feminina na Universidade

Dos 63 cursos disponíveis na Ufal, as mulheres são maioria em 33. Com maior presença feminina aparece Serviço Social, com 87,1%, em seguida vem Pedagogia, com 84,7% e, em terceiro lugar, Enfermagem com 82,8% de alunas.

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