21 de fevereiro de 2022 10:42 por Da Redação
A Cáritas do Regional Nordeste 2, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lança neste mês de fevereiro uma campanha internacional sobre os impactos dos parques de energia eólica nos territórios nordestinos de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A iniciativa acontece através do projeto “Promoção e Defesa de Direitos na Perspectiva da Construção de Sociedades do Bem Viver”, parceria da Cáritas com a instituição católica alemã Misereor.
O objetivo da campanha é alertar sobre o sofrimento das comunidades tradicionais, rurais e ribeirinhas atingidas pelos impactos socioeconômicos, ambientais e de saúde causados pelo atual modelo de implementação dos megaprojetos de energia eólica. A iniciativa busca ainda ampliar o debate sobre a importância de repensar novas formas de geração da energia limpa e descentralizada, que respeitem as comunidades e promovam o Bem Viver das famílias dessas localidades.
A campanha terá como produtos a websérie “Pra quem soprams os ventos?” dividida em seis episódios, que serão lançados semanalmente, que, além de contar a história de pessoas e comunidades que estão sofrendo as consequências da implantação deste parques eólicos, destaca também os problemas nos contratos propostos às comunidades. Além dos vídeos, outros produtos como um catálogo e exposição fotográfica itinerante farão parte da campanha.
O lançamento acontecerá nesta terça-feira, 22, através de uma live transmitida pelo canal no youtube da Cáritas Regional Nordeste 2 que contará com a presença de instituições parceiras, representantes das comunidades afetadas, e pesquisadores que estudam os impactos nesses territórios.
“Com essa campanha nós buscamos promover a sensibilização da sociedade em geral no sentido de conhecer os impactos que esses grandes empreendimentos de energia eólica trazem para as comunidades afetadas, além de dar voz a esses agricultores e agricultoras, marisqueiros e marisqueiras, que, sofrem os diversos tipos de abuso que são vistos e relatados desde a chegada das empresas até a instalação propriamente dita dos parques”, afirma a coordenadora do projeto, Bruna Suianne.
A campanha ainda busca alertar também os investidores internacionais de países como Alemanha e Espanha, que investem em empresas de energia eólica, mas que desconhecem a forma como elas atuam no Brasil. Neste sentido, a CBNE2 pretende lançar a campanha à nível internacional no final do mês de março. “ Nós, enquanto sociedade civil, podemos agir na defesa dessas pessoas, mas olhando para a nossa missão. Não somos contra as energias renováveis. Entendemos sua necessidade a partir do cenário de mudanças climáticas que estamos vivenciando, no entanto é preciso estar atento ao atual modelo adotado pelas empresas, suas consequências e o impacto que ela causa na vida de pessoas vulneráveis”, finaliza Bruna.
