6 de junho de 2022 3:35 por Da Redação
De acordo com o jornal The Guardian, crescem os temores sobre a segurança do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips (de nacionalidade inglesa, colaborador do veículo britânico), poucos dias depois de terem recebido ameaças. Leia AQUI. O repórter fazia viagem para o seu livro ‘Como salvar a Amazônia?’.
A coordenação da organização indígena Univaja informou que eles estão desaparecidos, há mais de 24 horas, no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte – pontos de ida e ponto de retorno, respectivamente –, no estado do Amazonas.
Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena na localidade chamada Lago do Jaburu, próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.
Buscas
A Polícia Federal disse estar ciente dos desaparecimentos e trabalhando no caso. O Exército também mobilizou tropas para ajudar na busca, enquanto os grupos de busca independente também estavam sendo organizados por ativistas indígenas e ambientais.
Um porta-voz do Guardian News & Media disse: “O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais possível rápido.”
Segundo a Univaja, Bruno e Dom Phillips chegaram ao Lago do Jaburu na sexta-feira, 3, às 19:25h. Nesse domingo, retornaram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte, porém, antes, pararam na comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário conhecido como “Churrasco”, visando consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território bastante afetada pelas intensas invasões.
“Pelo que consta nas informações trocadas, via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram na comunidade São Rafael por volta das 06h, onde conversaram com a esposa do “Churrasco”, visto que este não estava na comunidade e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 08h/09h da manhã na cidade, o que não ocorreu”, explica a organização indígena.
A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael – com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte.
Bruno Pereira é tido como pessoa experiente e profundo conhecedor da região, pois, foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por anos. Os dois desaparecidos viajavam com uma embarcação nova, 40 HP, 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem e 07 tambores vazios de combustível.
Ameaças
Na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da instituiçao, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International.