29 de junho de 2022 11:23 por Da Redação
Escolher Fernando Collor (PTB/AL) como o seu candidato ao governo de Alagoas, foi o que restou ao presidente Jair Bolsonaro, diante das dificuldades eleitorais apresentadas. Mesmo com esse apoio, é improvável que Collor consiga atrair alguma força política para seu palanque.
Será um candidato isolado, apoiado e apoiando Bolsonaro, que também vem se isolando e perdendo densidade eleitoral no Brasil. Na região Nordeste é um desastre anunciado. Perde a eleição para Lula com diferença mínima de 30 pontos percentuais. Sua rejeição entre os nordestinos chega a 62%.
O companheiro de chapa de Fernando Collor sairá, como foi ventilado, do núcleo mais radical do bolsonarismo. O discurso dele no bairro do Vergel do Lago, na última terça-feira, 28, foi feito para essa turma.
Collor acredita que poderá mobilizar os eleitores bolsonaristas mais fanatizados, para engajá-los em sua campanha de rua e nas redes sociais, partindo daí para o ataque aos adversários.
Alvo preferencial
O primeiro alvo de Fernando Collor será o senador Rodrigo Cunha (UB/AL), para muitos, um bolsonarista envergonhado. Há entre os políticos o pensamento favorável de que Collor poderá deslocar Cunha da sua sombra para, desta maneira, encostar-se ao pelotão de frente.
O processo de desidratação da candidatura de Rodrigo Cunha é fundamental para o ainda senador se credenciar a receber o voto bolsonarista, que não é o voto raiz. Esse, Collor terá pela radicalização do discurso. Como a história registra, civilidade política, ou na política, é tudo que não se pode exigir de Fernando Afonso Collor de Mello.
Sua sobrevivência tem prazo de validade, que começou a contar na terça-feira, 28, e termina dia 2 de outubro. Diante do fim do mandato de senador, lhe resta brigar para chegar entre os dois candidatos que passarão ao segundo turno na disputa pelo governo alagoano.
Se a candidatura de Rodrigo Cunha efetivamente desidratar eleitoralmente nos próximos sessenta dias, Fernando Collor verá descortinar-se diante de si um admirável mundo novo.
A questão é: a maratona é curta e o senador Collor não conta com base eleitoral. Ao contrário dos demais candidatos majoritários, não tem deputados federais, estaduais ou prefeitos que carreguem a sua pesada candidatura.
Mas, como a estrada para o inferno está pavimentada de boas intenções, os bolsonaristas, cada vez em menor número, talvez possam carregar – ou largar no meio do caminho – o fardo collorido.