Por Rede Brasil Atual
São Paulo – Cinquenta estudantes, filhos de trabalhadores sem-terra assentados e acampados, celebraram na última sexta-feira (1º) sua formatura no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul. Vindos de 14 unidades da federação, os novos profissionais fazem parte de um convênio firmado entre a universidade e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Esta é a terceira turma que se forma na UFPel. Outra está prevista para 2023.
“A criação de cursos de graduação ligados à área das Ciências Agrárias e da Saúde no âmbito do Pronera buscam garantir políticas públicas de educação direcionadas à população jovem e adulta beneficiárias de projetos de assentamentos criados ou reconhecidos pelo Incra e do Programa de Crédito Fundiário e, ao mesmo tempo, contribuir para a implementação de um modelo produtivo centrado na justiça social, economicamente viável e atento às questões ambientais nestas áreas/comunidades”, diz a universidade.
Até agora, somadas as três turmas, o programa formou 140 médicos veterinários. “Os índices de conclusão do curso são de 75%, nas duas primeiras turmas e mais de 80% nessa terceira turma, dentro do tempo mínimo para essa conclusão, que é de cinco anos”, informa ainda a UFPel. A cerimônia de colocação foi na noite de sexta, no auditório da Faculdade de Agronomia Elisei Maciel, no campus do município de Capão do Leão. Em seguida, houve a festa de comemoração, no Centro de Tradições Gaúchas Tomaz Luis Osório, em Pelotas.
Desenvolvimento e organização
Assim, a turma que se formou foi batizada de Kênia Ferreira, em homenagem a educanda de Mato Grosso, que era do segundo grupo e morreu devido a um tumor cerebral. Esses estudantes, além do Rio Grande do Sul, vêm de Paraná, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Tocantins, Bahia e Maranhão.
“A importância de formar 50 estudantes é garantir o acompanhamento ao projeto de desenvolvimento da reforma agrária popular e contribuir com as áreas de assentamentos, bem como na organização social da classe trabalhadora”, observa Cátia Gonçalves, da coordenação pedagógica do curso, que formou 44 educandos na primeira e 46 na segunda. “E agora vamos formar a terceira turma e estamos com a quarta turma no sexto semestre. O intuito é lançar o edital para nova turma no segundo semestre deste ano.”
*Com informações do MST e da UFPel