25 de julho de 2022 1:00 por Da Redação
As ações da Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária, contra a fome e a miséria, que seguem até esta terça-feira (26), marcam o Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural, celebrado nesta segunda-feira 25.
Desde esse domingo (24), camponeses de todo o estado participam em Maceió das atividades que posicionam a luta pela terra como fundamental para o combate à fome e à pobreza em Alagoas. As famílias integrantes do movimento estão acampadas no campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no bairro Cidade Universitária.
As ações da Jornada unificam sete organizações de luta pela terra no estado: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Luta pela Terra (MLT) e Movimento Terra Livre.
Com o lema “Vida digna no campo: essa é a nossa luta!”, os movimentos realizaram uma Marcha até o centro da cidade na manhã de hoje (25), marcando o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural.
“Queremos com as ações desta Jornada fortalecer o diálogo com a sociedade sobre o papel da Reforma Agrária para a solução de problemas que afetam emergencialmente a vida do povo alagoano e brasileiro, em especial a fome e a miséria”, explicou Carlos Lima, da Coordenação Nacional da CPT.
Pautas
De acordo com Lima, as ações objetivam ainda pautar o novo governador do estado, Paulo Dantas (MDB), para as questões históricas e ainda sem soluções que o povo camponês tem pautado com o Poder Público estadual. “Entra governo e sai governo e o nosso papel segue sendo manter viva a luta daqueles e daquelas que verdadeiramente mantêm vivo o campo alagoano”, comentou.
“Pautaremos principalmente a retomada das negociações para a aquisição das terras da massa falida do Grupo João Lyra para beneficiar as famílias Sem Terra que hoje estão acampadas na região, seguindo o cumprimento do acordo existente entre o Poder Executivo, Judiciário e as organizações do campo de Alagoas”, sinalizou Lima.
Além das áreas da massa falida do Grupo João Lyra, a Jornada pauta ainda a aquisição de terras das áreas que tiveram suas negociações paralisadas no último período e aguardam posição do Governo Estadual para serem regularizadas. “Nosso objetivo é ainda debater a necessidade de retomada do Comitê Estadual de Mediação de Conflitos Agrários, bem como medidas emergenciais para o campo alagoano, conforme apresentamos ainda no início da pandemia ao antigo governo estadual”, pontuou Carlos Lima.
Solidariedade campo e cidade
Também como parte das iniciativas que integram a Jornada, a segunda-feira será marcada por uma diversidade de ações de solidariedade que marcam a relação campo e cidade, no dia do trabalhador e da trabalhadora rural.
Segundo Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, os movimentos vão realizar doação de alimentos e de sangue na tarde do dia 25. “Queremos também marcar a simbologia dessa data com a demonstração daquilo que temos cultivado e reafirmado como marca da nossa prática cotidiana: a solidariedade Sem Terra”.
“Doaremos toneladas de alimentos vindo dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária em bairros da periferia de Maceió, em especial aos bairros atingidos pelas fortes chuvas na capital nas últimas semanas, que seguem sem as devidas ações por parte do Poder Público para as soluções reais dos problemas que vivem as comunidades”.
Ainda como parte das ações de solidariedade, camponeses e camponesas realizam na tarde de segunda (25), um mutirão de doação de sangue na sede do Hemocentro de Alagoas (Hemoal).