19 de dezembro de 2022 6:03 por Da Redação
Quando, em 1950, candidato à presidência da República pelo Partido Social Democrática (PSD), o mineiro Cristiano Machado foi abandonado pelos principais lideres do seu partido durante a campanha eleitoral, criou-se o termo cristianização. Contam os historiadores que, mesmo formalmente apoiado pelo PSD, Cristiano viu seus aliados defendendo a candidatura de Getúlio Vargas, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que acabou vencendo a eleição.
Essa história se repete em Alagoas com o senador Rodrigo Cunha (UB), candidato a governador, que a cada dia vê diminuírem suas chances de vitória. Seus aliados estão mudando de rumo.
Migração essa, é importante ressaltar, irrigada com gordas quantias do fundo partidário.
De maneira sutil, o deputado federal Arthur Lira (PP), principal mentor da candidatura de Rodrigo Cunha, permitiu que as suas bases migrassem para o concorrente, Fernando Collor. O próprio Arthur Lira recebeu o apoio público de Collor e seu entorno.
Mais recentemente a cerca foi arrombada por Davi Davino Filho, candidato ao Senado, que declarou apoio a Collor e, publicamente, recebeu igual manifestação eleitoral.
O candidato Rodrigo Cunha assiste passivamente à essa debandada. Ao menos até agora, o jovem senador não esboçou reação.
De olho em 2024
O candidato Fernando Collor não é o plano A de Artur Lira, mas, diante da estagnação da candidatura de Cunha, é mais cômodo deixar a boiada passar.
Já o candidato Davi Davino faz parte da estratégia de Arthur Lira para disputar a Prefeitura de Maceió, em 2024. Os cenários estão sendo montados a partir das eleições de 2022.
Como candidato a senador, com apoio de Arthur Lira, o jovem Davino sabe que não vai ganhar. Seu plano é continuar construindo uma trajetória político-eleitoral, de olho na próxima eleição em Maceió.
Da estratégia faz parte manter-se na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, garantindo um cenário familiar. Para o Legislativo estadual ele apoia a candidatura da própria mãe, Rose Davino, enquanto na Câmara Municipal de Maceió, está Davi Davino, seu pai..
Só quem não sabe dessa estratégia, é o senador Rodrigo Cunha, um inocente útil na política alagoana nesse momento. Quase que totalmente cristianizado!