18 de outubro de 2022 12:41 por Da Redação
Com informações do G1/MS
Investigação da Polícia Federal (PF) aponta o empresário Narciso Chamorro, ligado ao Clube de Caça Golden Boar, em Campo Grande-MS, como suspeito de desviar armas de possíveis Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para facções criminosas. No último dia 4, ele foi preso com um arsenal no porta-malas de um veículo.
De acordo com o portal G1, o inquérito da PF diz que a suspeita é de que as armas de CACs seriam desviadas para as organizações criminosas “dedicadas à prática de crimes violentos, como roubos a comércios, bancos e até tomada de cidades”.
Com Narciso, foram apreendidos quatro fuzis calibre 7.62, três pistolas 9 mm de fabricação americana com “kit rajada”, coletes balísticos com identificações falsas da Polícia Civil, balaclavas e várias munições.
As armas eram roubadas e estavam no porta-malas do carro que o suspeito dirigia quando foi parado pelos policiais. Para a polícia, o homem confessou que receberia R$ 2 mil para guardar e transportar os armamentos e que já era a segunda vez que fazia isso.
Em depoimento à PF, Narciso alegou que teria sido contratado por um homem com as iniciais “RD”, que seria Rodrigo Donovan, um suspeito de integrar o esquema de desvio de armas CACs para as facções. Em contato com a defesa de Rodrigo Donovan, o advogado Augusto Fontoura disse que houve um “equívoco de interpretação do depoimento de Narciso”, por parte da PF.
Conforme apurado pela PF, Narciso conseguiu obter a certidão de CAC com ajuda de Rodrigo Donovan. Além do apoio para emitir o documento, as investigações apontaram Narciso como “laranja” no esquema de desvio de armas para as organizações criminosas.
Em nota, a o clube de tiro comenta que o empreendimento tem como presidente Ellen Lima de Souza Andrade, esposa de Donovan. À PF, no fim do interrogatório, Narciso justifica e afirma que “RD” e Rodrigo Donovan não são as mesmas pessoas.
No entanto, conforme investigação da PF, além das iniciais dos suspeitos serem as mesmas, Rodrigo Donovan possui “longa ficha criminal”. Para a apuração do caso, Rodrigo teria envolvimento com a organização criminosa “que atua em roubo/furto a banco, dentre outras atividades criminosas”.
Além da suspeita de participação atuante no esquema, a Polícia Federal aponta que Rodrigo Donovan utiliza parentes como “laranjas” para compra de armas de grosso calibre. “Pelo que se desenha até o momento, a pessoa quem de fato administra [Rodrigo Donovan] e é responsável pelo comércio de armas/munições que transitam, apesar de estar usando nomes de familiares e terceiros prováveis testa de ferro”, detalha o processo.
O advogado de Donovan, Augusto Fontoura, confirmou que Narciso prestou serviço para o cliente e por isso “teria citado ele como patrão”. “É um equivoco de interpretação do depoimento de Narciso. Rodrigo não tem antecedente e foi absolvido em um inquérito passado. Ele não tem nenhuma condenação. Respondeu o processo, mas foi absolvido”, finalizou o advogado.
Sobre a participação de familiares de Rodrigo Donovan como “laranjas”, o advogado fala que a acusação não procede. “Todas as armas adquiriras por parentes de Rodrigo a estes pertencem, não possuem qualquer relação com o acusado. Por sua vez, Rodrigo trabalha na loja da família que vende armas e munições totalmente legalizadas, para pessoas físicas que possuem idoneidade e aptidão física e técnica atestada pelo Exército e Polícia Federal, órgãos estatais que fiscalizam e autorizam a compra de armamento de fogo”, detalha Augusto Fontoura.
Nota do clube de tiro
O Clube de Caça Golden Boar, por meio de sua Presidente, Ellen Lima de Souza de Andrade, diante das notícias veiculadas na mídia, vem a público esclarecer que não tem como associado, cliente ou parceiro a pessoa do Sr. Narciso Chamorro, investigado por suposta prática dos delitos de posse e porte de armas de fogo e munições de uso permitido e restrito pela Polícia Federal. Informa, ainda, que jamais negociou ou vendeu armas de fogo ou munições para aludida pessoa. Por seu turno, o único vínculo havido entre o clube e o Sr. Narciso foi de prestação de serviços de construção civil, de modo que o uso indevido ou a associação do nome Clube em suas práticas supostamente criminosas serão oportunamente esclarecidas pela Justiça, em quem o Clube deposita sua absoluta confiança. Na oportunidade, reiteramos que o Clube de Caça Golden Boar, juntamente com seus mais de 1.200 associados, sempre trilhou o caminho da mais absoluta legalidade e idoneidade em suas práticas, estando à disposição da Justiça para que todos os fatos sejam descortinados e a verdade venha à tona, responsabilizando-se àqueles que adotam práticas espúrias e ilegais sob o aparente manto da legalidade.