segunda-feira 23 de dezembro de 2024

Governador Paulo Dantas deve ficar atento a bolsonaristas na PMAL para governar com estabilidade

Golpistas não aceitam derrota e podem tentar desequilibrar gestão

19 de dezembro de 2022 4:41 por Da Redação

Lula e o governador Paulo Dantas| Divulgação

O governador reeleito de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), terá pela frente oposição organizada tanto na Assembleia Legislativa quanto na bancada federal. Essas duas já declararam as suas intenções publicamente e isso faz parte da democracia.

Há um grupo presente na estrutura estatal que fará oposição sem que seus integrantes sejam percebidos como atores políticos formais: são os militares que, mesmo impedidos legalmente, têm manifestado, nos últimos anos, apoio a determinadas candidaturas nas redes sociais e em atos públicos.

A disciplina e a hierarquia são duas colunas centrais da organização militar, mas, quando são subvertidas, a possibilidade de crescimento da desobediência é quase inevitável.

A base mais expressiva do presidente Bolsonaro, entre os agentes públicos, são os militares das três armas, na ativa e na reserva remunerada, e o maior contingente são os policiais militares, além dos policiais civis, federais e penais, esses em menor número.

A Polícia Militar de Alagoas (PMAL), conforme previsão contida na lei de fixação do efetivo conta, hoje, com 16 coronéis na ativa. Sendo 8 deles, assumidamente, bolsonaristas.

Esse é um problema que o governador Paulo Dantas deve focar como um ponto estratégico para o seu governo. Os coronéis Paulo Amorim, comandante-geral, e Gerônimo Carlos do Nascimento, subcomandante-geral, são apontados por uma fonte do 082 Noticias como “técnicos sem posicionamento político”.

Há outro grupo de coronéis que é tido como “sem posição política pública”. Essas definições parecem pouco relevantes, mas, em verdade, são preocupantes.

A disputa ocorrida durante o período eleitoral não será distensionada no momento seguinte à eleição. O núcleo ativo do bolsonarismo na PMAL continuará atuando por serem ideologicamente contrários ao presidente da República eleito e, também, ao governador.

O bolsonarismo não será erradicado da sociedade através do processo eleitoral democrático, como tem acontecido desde a redemocratização do Brasil, em 1985.

É necessário ao governador exigir a identificação dos núcleos bolsonaristas que participaram ativamente das manifestações golpista desta semana, na Avenida Fernandes Lima. Essa foi a primeira ação onde o comandante-geral precisa falar à sociedade sobre o ocorrido.

O governador Paulo Dantas deve ficar atento, pois os adversários políticos, os que perderam as eleições, não foram para casa cuidar das suas famílias. Os golpistas continuarão ameaçando a democracia. O controle da Segurança Pública é vital para seu governo e para a sociedade alagoana.

União e olho vivo.

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