19 de dezembro de 2022 4:12 por Da Redação
Duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) mudam, antes da posse, a relação de Lula (PT) com o deputado Arthur Lira (PP) e o seu grupo. A primeira foi a autorização, pelo ministro Gilmar Mendes, do pagamento do Bolsa Família fora do teto de gastos.
A segunda foi a inconstitucionalidade do Orçamento Secreto decretada por 6 votos a 5 nesta segunda-feira, 19.
As negociações com Arthur Lira e o seu grupo mudam, significativamente, de figura. A partir de agora, estas devem ocorrer em um patamar menos tenso, pelo menos, para o novo governo, ao diminuir a dependência do Congresso Nacional pela aprovação da PEC da Transição.
Lira é conhecido como um politico truculento e que não tem limites.
Do outro lado, Lula é um exímio negociador com base política na sociedade e no Congresso Nacional, diferentemente de Bolsonaro, que terceirizou a administração, entregando o comando do país a Arthur Lira e Ciro Nogueira.
A construção da base de sustentação do governo Lula se dará em três campos: o institucional, o de massas nas ruas e as redes sociais.
O diálogo entre Lula e Arthur Lira continuará, porque é uma necessidade, porém, sem que a guilhotina esteja sobre a cabeça do futuro presidente.
Reequilibrar as forças no Congresso e entre as instituições é fundamental para a democracia brasileira. Para que isso ocorra, a queda de braço ensaiada nos bastidores por Arthur Lira tende a ficar menos intensa enquanto Lula toma posse.
Com os instrumentos que possui, o petista dispõe de condições para montar a maioria no Senado e Câmara sem que tenha que se submeter as chantagens do Centrão.
A mobilização da opinião pública é importante para desconstruir ainda mais a imagem pública de Arthur Lira e dos seus aliados. O deputado Arthur Lira é uma figura nefasta à democracia.