Lideranças identificadas como bolsonaristas, o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o deputado estadual, no final do mandato, Davi Davino Filho (PP), seguem em silêncio diante dos atos terroristas praticados em Brasília, no domingo, 8.
Tanto JHC quanto Davino Filho parecem acreditar que a repercussão negativa do ataque terrorista, com as prisões de lideranças políticas, empresariais e religiosas a ele vinculadas, e as dezenas de processos a que Jair Bolsonaro poderá responder, não terão reflexo em suas imagens diante da sociedade.
O cálculo político feito é deixar baixar a poeira, transparecendo estado de normalidade. Porém, ambos terão que enfrentar os dissabores da decadência bolsonarista. Filiado ao PL, o prefeito JHC logo terá que se posicionar. O partido já admite se afastar do ex-presidente. Se até meados de novembro o PL pensava em torná-lo seu presidente de honra, hoje, suas lideranças ameaçam debandar se o partido não se afastar de Jair Bolsonaro.
É improvável que o jovem prefeito maceioense se mantenha no grupo bolsonarista, carregando sobre “seus ombros” o maior fardo político e policial da história recente. Bolsonaro deverá responder por mais de 58 processos, inclusive, o de organização do golpe de Estado.
Do mesmo modo, Davi Davino Filho sabe que o fracasso da tentativa de golpe de Estado organizada a partir da Flórida, por Jair Bolsonaro, mereceu a repulsa da sociedade brasileira. Os três Poderes da República (Judiciário, Legislativo e Executivo) uniram-se como nunca diante da barbaridade praticada.
Seu silêncio pode ter um preço no futuro. Ou será que o jovem ex-deputado estadual ficará com a extrema-direita em Maceió, navegando no barco do ex-presidente Bolsonaro?