17 de janeiro de 2023 6:02 por Da Redação
Vídeos gravados nos últimos dias 10 e 12 deste mês, por um morador, revela a triste continuidade de um grave problema ambiental: o extravasamento de esgoto nos poços de visita existentes no cruzamento da Avenida Antônio Gomes de Barros com a Rua Comendador José Pontes de Magalhães, na Jatiúca.
Assista:
A fonte ouvida pelo 082 Notícias, que é engenheiro ambiental, afirma que a BRK, concessionária responsável pela manutenção da rede coletora de esgotos da cidade, é quem está provocando os constantes transbordos de esgoto nas vias públicas, devido a erros operacionais e à falta de investimentos na limpeza dos coletores principais de Maceió.
“[A ameaça ao] bem-estar da população ali residente que, aliás, paga religiosamente as altas contas da BRK Ambiental, se somam ao crime ambiental que está, continuamente, sendo praticado contra a balneabilidade de nossas praias”, disse o morador, em e-mail encaminhado às autoridades.
Segundo ele, o serviço de recuperação do coletor na Rua Soldado Eduardo deveria ser feito com equipamentos de bombeamento de maior vazão para não permitir que o esgoto ficasse represado, indo sair na galeria pluvial localizada no canteiro central da Amélia Rosa.
Outro fato grave é que transbordo de esgoto defronte ao restaurante Armazém Guimarães, quase sempre, ocorre durante as madrugadas, quando ninguém está observando. “Eles estão executando um serviço e represam o esgoto para não atrapalhar o serviço, e fazem com que o esgoto, em algumas ocasiões, seja direcionada para a galeria pluvial da Amélia Rosa”, denuncia.
Veja:
Ministério Público já foi acionado e nada se resolveu até o momento
Ele lembra que as autoridades já foram acionadas, mas, os problemas persistem. “Já foram realizadas audiências, convocadas pelo Ministério Público Estadual (MPE), na pessoa do doutor Alberto Fonseca, buscando ‘agendas resolutivas’ em 24 de agosto de 2022, 25 de outubro de 2022, 16 de dezembro de 2022 e teremos um próximo encontro marcado para 16 de março de 2023”, conta.
Da primeira até a próxima audiência, serão oito meses de luta sem que nenhum efeito prático tenha sido observado. “Nenhuma ação da BRK gerou resultados evidentes enquanto caiu por terra de forma incontestável a ideia de que o extravasamento estaria sendo causado por ligações clandestinas de água de chuva nas tubulações de esgoto”, diz ele.
A tese é reforçada pela absoluta ausência de chuvas neste período e a continuidade do problema, que “impõe a busca de outras razões para o contínuo lançamento de esgotos na praia da Jatiúca. A isso se soma a contaminação das calçadas e garagens dos prédios e empresas que são obrigados a conviver com um lago de esgotos à sua frente”.
“Estou seguro que em nosso próximo encontro já teremos implementada uma solução ou, lamentavelmente, teremos de exigir que os órgãos competentes atuem de forma contundente, aplicando as punições previstas em Lei para quem a descumpre”, conclui o morador.
BRK se defende
Em nota, a BRK Ambiental reconheceu a sobrecarga do sistema coletor, que “recebe contribuição irregular de água de chuva e de rebaixamento de lençol freático de empreendimentos da região, que já foram notificados”. A empresa ressalta ainda que, periodicamente, realiza ações de manutenção na área próxima ao Armazém Guimarães.
Leia a nota na íntegra:
A BRK informa que o ponto indicado pelo vídeo está sendo monitorado diariamente pela concessionária, que realiza desobstruções frequentes para manter a rede coletora em pleno funcionamento, além de limpezas preventivas no período noturno.
Além do acúmulo de gordura e lixo no sistema de esgotamento sanitário, a empresa identificou que a rede de esgoto recebe contribuição irregular de água de chuva e de rebaixamento de lençol freático de empreendimentos da região, que já foram notificados. A presença da água na tubulação sobrecarrega o sistema de coleta de esgoto, que é dimensionado apenas para receber os efluentes, ocasionando diversos transtornos.
Por meio do Programa Saneamento a Limpo, a BRK tem intensificado a atuação na região para identificar irregularidades nas redes de esgoto. Ao todo, serão vistoriadas 56 mil ligações em Maceió, em um trabalho de diagnóstico minucioso que terá duração de 24 meses e conta com a parceria dos órgãos fiscalizadores.