Em sua coluna dessa terça-feira (8), no portal UOL, o jornalista Jamil Chade falou sobre o alerta de Stephen Rapp, ex-embaixador na gestão de Barack Obama e responsável por assuntos de crimes de guerra e justiça internacional, sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil, no dia 8 de janeiro.
Disse o embaixador: “Se um crime não for punido, é como entregar a arma de volta ao responsável para que ele tente cometer o crime mais uma vez. E, da próxima vez, ele vai ser ainda mais violento para não fracassar”.
A experiência vivenciada nos EUA, com a invasão brutal do Capitólio, que deixou um saldo trágico de cinco mortos, a justiça e o Congresso dos EUA desencadearam a apuração dos fatos e, hoje, muitos dos que participaram já foram condenados e cumprem suas penas na cadeia.
A tentativa fracassada de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro, no Brasil, vem sendo investigada e o combate será levado a cabo pelas autoridades. Passado pouco mais de um mês do fato, o clima ainda permanece tenso e, todos os dias, a Polícia Federal tem realizado prisões de terroristas que tiveram participação comprovada no ato.
A quantidade de prisão chega a 1.406, sendo que 942 pessoas estão presas preventivamente. A Procuradoria Geral da República denunciou 653 suspeitos de participação nos atos terroristas. O ex-presidente Jair Bolsonaro também é investigado.
Mas, também se argumenta que os principais envolvidos, os que fizeram parte dos núcleos que tratavam do financiamento, político, militares, logística e os que protagonizaram as ações violentas (in loco) estão sendo investigados pela PF e pelo Judiciário, e devem ser condenados caso tenham o envolvimento comprovado.
Esse processo é inédito na história republicana, mas, há de se considerar os avanços científicos e tecnológicos alcançados pelas polícias e órgãos de inteligência que vem agilizando os trabalhos.
União dos Poderes
Os golpistas não imaginaram que fosse possível os três poderes da República se unirem tão fortemente para enfrentar a fúria terrorista. Esses é um fato novo na vida nacional. Essa situação poderá aumentar ainda mais a capacidade de resistência dos poderes do Estado para atuarem no sentido de punir, exemplarmente, os principais organizadores da tentativa de golpe de Estado.
Para que seja preservada a democracia e Estado de Democrático de Direito não pode haver limites orçamentários e muito menos tolerância. Os presidentes dos Três Poderes estão dando clara e publicamente essa demonstração.
Em Alagoas
O governador Paulo Dantas determinou que os comandantes da Polícia Militar de Alagoas, Paulo Amorim, e do Corpo de Bombeiros Militar, Jacques Wolbeck Godoy instaurem procedimento investigatório para apurar a eventual participação de membros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros nos atos golpistas na frente do quartel do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Maceió.
O oficio foi assinado no dia 9 de janeiro, um dia após a tentativa de golpe de Estado. Em Alagoas, mais de duas centenas de golpistas estiveram acampados defendendo a intervenção militar, crime que tem levado terroristas de várias cidades e estados à prisão.
O 082noticias procurou a assessoria de comunicação da PMAL para saber o que a Corregedoria havia apurado e, até o fechamento desta matéria, não obteve qualquer informação.
O prazo determinado pelo governador Paulo Dantas foi de 15 dias, o oficio foi assinado no dia 9 de janeiro. Um mês depois, a sociedade alagoana não sabe quem são e quantos militares estiveram participando dos atos golpistas em Alagoas.
1 Comentário
Punição já para os facista .
SEM ANISTIA