14 de fevereiro de 2023 9:54 por Geraldo de Majella
A Frente Eleitoral formada ao redor da candidatura de Paulo Dantas (MDB) e Ronaldo Lessa (PDT) venceu as eleições em 2022 para o governo. Dantas é um político sertanejo e Lessa originário da oposição à ditadura, foi prefeito de Maceió, duas vezes governador de Alagoas, cargos executivos relevantes e, atualmente, é vice-governador.
Essa Frente conta com três ex-prefeitos de Maceió: Kátia Born (PDT), Rui Palmeira (PSD) e Ronaldo Lessa (PDT). À exceção de Palmeira, os outros dois governaram a cidade há três décadas. Isso não minimiza o potencial destes nomes.
As duas estruturas administrativas (municipal e estadual) voltarão a se enfrentar em 2024. Outras candidaturas de oposição poderão ser lançadas para a disputa. É importante que assim aconteça, pois, nomes existem.
Maceió, nas últimas décadas, virou uma “cidadela” onde a extrema-direita tem alcançado êxitos eleitorais e ecos políticos e sociais. A frente constituída por amplos setores políticos que atuam focados, exclusivamente, no pragmatismo político-eleitoral e no que o potencial projetado pela máquina administrativa estatal pode alavancar tem sido derrotada frequentemente, inclusive, em 2022.
Encontrar o nome para enfrentar os adversários nas urnas é uma tarefa relevante, a principal. Mas, sem inserção nos bairros e sem mobilizar as massas empobrecidas tendo como política a esperança de dias melhores, fica difícil enfrentar o bloco constituído pela direita e extrema-direita.
O tempo eleitoral já começou a contar e tempo perdido não se recupera. O campo de batalha será nas grotas, periferias apartadas da cidade onde foram erguidos os muros da “cidadela” que é uma reserva eleitoral macabra pela falta de políticas públicas que incluam centenas de milhares de pessoas – homens e mulheres – subjugadas à fome, ao abandono de sucessivos governos, mas que se aprofundou a níveis impensáveis no governo Bolsonaro.
O projeto Vida Nova nas Grotas é uma iniciativa importante, no entanto, é preciso estabelecer uma competição saudável entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Maceió e que cada um apresente os seus projetos já em execução que possam mudar, efetivamente, a vida da população excluída e dos trabalhadores em geral.
Essa disputa precisa ser iniciada.
*É historiador