O Carnaval movimenta dezenas de bilhões de reais na economia brasileira. É o período do ano com maior arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS) das áreas ligadas ao turismo. São criadas milhares de oportunidades de trabalho temporárias durante os eventos. O Carnaval, além de alegria e festa, é desenvolvimento econômico.
Os estudos sobre a relevância e o impacto do Carnaval na economia são rotina das prefeituras e dos estados e das federações empresarias que representam as indústrias e o comércio.
Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais definem as suas ações a partir dos estudos e do planejamento realizados entre os governos, a iniciativa privada e os produtores ou ligas carnavalescas.
O Carnaval é tratado como uma ação para atrair business. O negócio é estruturado de forma que possa, a cada ano, atrair mais turistas, o que faz girar a economia.
Em Alagoas, o Carnaval é tratado pelos governos e por parte dos empresários com desdém e má vontade, como se não houvesse possibilidade de consumo para movimentar a economia local. Ou mesmo, de maneira primária, como se o que circula durante os eventos pré-carnavalescos fosse insignificante diante de uma economia em profunda dificuldade como a alagoana e a maceioense em particular.
Não há estudos feitos pela Prefeitura de Maceió sobre a economia durante o Carnaval em que o ISS fosse o parâmetro e, a partir desse índice, houvesse a decisão de tratar os dias de festejo da mesma forma que as prévias.
A falta de compreensão do que significa o Carnaval, que é a celebração da cultura, momento de profunda alegria da população que também celebra a vida na folia. Não é necessário explicar que o Carnaval é cultura, é história, é turismo e é desenvolvimento econômico. É o obvio que não ainda foi percebido em Alagoas.
A Prefeitura do Rio de Janeiro mostra com dados que os dias de folia figuram como o período em que a cidade mais arrecada com ISS no ano inteiro.
Mais de 140 mil pessoas estiveram participando dos blocos nas prévias em Maceió. Esse número equivale a 13,6% de toda a população da capital que o IBGE estimou em 2021 – 1.031.597 habitantes.
O que circulou durante esses festejos é significativo para ser inviabilizado como atividade econômica na capital e em Alagoas.
O 082 Noticias consultou um especialista que fez os cálculos dos principais corredores da folia em Maceió, a orla da Pajuçara e Ponta Verde e o bairro de Jaraguá. Os desfiles de todos os blocos em Jaraguá, o show da cantora Elba Ramalho e mais os desfiles dos blocos na orla, somados, atingiram a marca de 140 mil foliões.
Alcançar o número estimado pelo representante do Pinto da Madrugada, de arrastar 400 mil foliões, é matematicamente impossível.
Outro dado importante, que consta em relatório da Liga Carnavalesca de Maceió é que apenas o Jaraguá Folia levou 53.200 pessoas ao bairro histórico.
Cálculos
- Considerando que a largura média das três medidas (14,15 metros) não envolve o trecho mais largo logo após os Sete Coqueiros e nem as calçadas e canteiros, vamos estender a largura para 25 metros, ou seja: é como se tivéssemos uma faixa paralela com 10 metros de largura, um pouco menos do que as medidas das caixas das avenidas.
- Área de público: 2.400 metros x 25 metros = 60 mil metros quadrados.
- Se considerarmos toda essa área esteja ocupada com uma pessoa em cada metro quadrado, teremos: 60.000 x 1 = 60.000 pessoas.
- Como essa ocupação nunca aconteceu, podemos estimar que se toda essa área (60.000m2) for ocupada por 1 pessoa em cada 3 metros quadrados, teremos somente um terço da ocupação calculada no item anterior, ou seja: 20 mil pessoas.