segunda-feira 6 de janeiro de 2025

Terceiro mandato com Congresso de direita exigirá maior habilidade de Lula

O governo será tensionado durante os próximos quatro anos pelas forças oposicionistas, o mercado, mídias corporativas e pelos movimentos sociais

7 de março de 2023 11:27 por Geraldo de Majella

Lula discursa no Congresso ao tomar posse | Agência Senado

A liderança política do presidente Lula (PT) é indiscutível, principalmente, entre os vários partidos e organizações sociais à esquerda.

Além disso, a vitória do petista e da Frente Democrática constituída no primeiro turno e ampliada no segundo turno é a nova realidade política nacional. Com uma sólida liderança, essas forças derrotaram a extrema-direita, garantindo a democracia, ameaçada durante os últimos quatro anos por Bolsonaro.

Mas, as forças do atraso não dão trégua. O cerco ao governo Lula começou assim que foi anunciado o resultado das urnas. O Mercado Financeiro, não apenas os bancos, mas os operadores nacionais e internacionais pretendem continuar ganhando muito dinheiro sem riscos. Há ainda setores do agronegócio que é diverso e, também, não é monolítico na relação com o governo.

As empresas de mídia corporativa, controladas por seis famílias, têm interesses econômicos e políticos além dos negócios de origem das empresas, que é o jornalístico. Essas empresas são conglomerados empresariais que atuam no mercado financeiro e algumas são controladas por bancos e fundos de investimentos. A área de mídia é utilizada para pressionar os governos.

Esses poderosos estão articulados para tutelar o governo, ditar a pauta econômica e política com a “colaboração” de blocos  parlamentares que já compõem as bancadas desse setores e mais os que poderão migrar a partir de lances vantajosos. A lembrança do golpe de 2016 ainda é presente.

Popularidade é fundamental na correlação de forças

A liderança de Lula é um grande capital político e é necessário continuar desfrutando dele para vencer as batalhas que se apresentam no Senado e na Câmara. Mas, para tanto, o presidente terá de negociar com as diversas forças existentes nas duas casas.

Essa equação terá de fechar para que os resultados políticos e os avanços sociais aconteçam durante o mandato. O campo de batalha das forças progressistas, movimentos populares e sociais será nas ruas, nas redes sociais e nas instituições da sociedade civil, nas cidades do interior do Brasil.

A extrema-direita se prepara para tentar derrotar o governo Lula. Isso não se dará, necessariamente, no voto, mas, no bloqueio do governo. O cenário que está se formando é preocupante no seguinte sentido: os dois maiores partido na câmara são o PL, com 99 deputados, e o PT, com 81.

O Centrão, que é composto por deputados de vários partidos, fala em fusão entre PP e União Brasil, os dois partidos somam 106 deputados federais, 47 do PP com 59 do União Brasil. Outros partidos encolheram nas eleições de 2022 e a tendência é o fortalecimento das siglas, por meio de fusões.

O Brasil tem 28 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas 13 partidos e federações terão direito a participação nos recursos do bilionário Fundo Partidário em 2023.

Esse é um motivo convincente para formação de federações e fusões partidárias. Outros 15 partidos não elegeram nenhum deputado e nem obtiveram votos suficientes para alcançar a cláusula de desempenho.

Cenário político é muito diverso dos mandatos anteriores

O cenário político atual é completamente diferente do que ocorreu nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Lula e Alckmin terão de governar com mais atores – nem sempre desejados –, é o que tem para o momento. Entender essa conjuntura e como é frágil a base que está sendo montada é fundamental para avançar em áreas estratégicas para que o governo continue mantendo os compromissos de campanha com a população mais pobre e a classe média.

O governo será tensionado durante os próximos quatro anos pelas forças oposicionistas, o mercado, mídias corporativas e pelos movimentos sociais. A pressão oriunda da esquerda é a mais sensível no equilíbrio de forças já que, fora desse espectro, são naturais as criticas. Essas críticas ou ações coordenadas pelos movimentos sociais serão usadas como instrumento de barganha ou de enfraquecimento do presidente Lula, a depender de como sejam dirigidas.

A formação de maioria parlamentar na atual conjuntura não acontecerá fora dos parâmetros tradicionais como a partilha do poder entregando áreas da administração para parlamentares.

Lula, com toda a sua capacidade de negociação, vai precisar do apoio massivo da sociedade para estruturar políticas públicas e redirecionar o Brasil no rumo do crescimento econômico com distribuição de renda. Manter a popularidade junto às suas bases é central para avançar na direção de um país democrático, soberano e que seja protagonista na cena internacional.

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