10 de março de 2023 5:31 por Da Redação
Por Tereza Pereira, especial para o 082 Notícias
Tem aproximadamente um mês que moradores de Fernão Velho, vem observando diariamente queimadas nas matas das ribanceiras (vales) que acompanham o curso da principal ladeira de acesso ao histórico bairro de Maceió.
Especialmente os bambus nativos daquela região estão sofrendo diretamente a destruição. Próximo ao local tem algumas construções residenciais de luxo. Em tempo de valorização da sustentabilidade, seria importante respeitar a preservação da diversidade biológica, os biomas e os habitats naturais, existir e difundir um Plano Diretor (planejamento e segurança urbana).
Estudo ambiental da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), datado de 2018, já reforçava que nas últimas décadas, a cidade de Maceió sofria com um processo de urbanização desordenada. Como acompanhamos episódios de calamidades em tantas áreas envolvendo diversas cidades do Brasil, incluindo Maceió e municípios alagoanos. As prevenções precisariam acontecer para evitar tragédias presenciadas. Fernão Velho é um bairro da periferia sul da capital alagoana e abriga uma das poucas áreas remanescentes da Mata Atlântica em área urbana do Estado de Alagoas.
Organizações internacionais como a Inbar (Rede Internacional sobre Bambu e Ratan) comprovam cientificamente, que vegetação nativa a exemplo do bambu é ideal para conter a erosão. Precisaria haver um estudo da espécie, valorizar a conservação e manutenção de corredores ecológicos, manutenção de matas ciliares, proteção de árvores e animais silvestres. O bambu absorve dióxido de carbono (CO 2) e libera 35% de oxigênio (O 2) a mais do que as outras árvores na atmosfera com enormes benefícios na recuperação de terras degradadas. O planeta e a economia agradecem.
Como em diversas áreas urbanas há riscos ambientais que tem causas naturais, mas alguns desses que poderiam ser amenizados e há riscos causados pela ação do homem, estes últimos em decorrência da alteração dos padrões de drenagens; remoção da massa; implantações de indústrias (mineradoras, etc.) sem estudos de impactos e acompanhamentos de um planejamento criterioso; outras causas como remoção desordenada da vegetação; novas construções em áreas propensas a deslizamentos; aumento da carga no cume das encostas, entre tantas outras.
Moradores do bairro de Fernão Velho sentem-se ameaçados e embora saibam dos riscos em decorrência dos desmatamentos acelerados, demoraram em se comunicar e preferiram não se identificar, apenas deram seus relatos e nos cederam algumas imagens.
1 Comentário
Não há como mudar o mundo se a grande maioria das pesdoas não se envolver diretamente com os processos que podem levar às mudanças necessárias. É difícil pq ganhar a vida é feito “a casa tomada”, mas é preciso forçar as barreiras de contenção que avançam sobre a casa e tomar o futuro nas mãos.