Quando soube do assassinato de quatro crianças a machadadas em uma creche em Blumenau (SC), o deputado federal Fábio Costa (PP-AL) gravou um vídeo e postou em suas redes sociais, com voz postada e tentando passar a imagem de consternação e preocupação com o trágico evento.
Disse ele:
“O Brasil está de luto e em choque com o ataque promovido por um monstro contra crianças indefesas de uma escola, em Blumenau!
Em menos de dez dias é o segundo ataque desse tipo. Até quando assistiremos crimes brutais nas escolas sem que façamos absolutamente nada para evitar que voltem a acontecer?
Aqui na Câmara dos Deputados já estamos adotando medidas importantes para tentar evitar que tragédias desse tipo ocorram no Brasil. Assinei dois pedidos de urgência a projetos de lei que preveem a implantação obrigatória de segurança armada nas escolas da rede pública e privada da educação básica de ensino.
Não podemos permitir que pensamentos ideológicos, totalmente fora da realidade, nos impeçam de preservar a vida das nossas crianças!”
O deputado somente esqueceu que o discurso característico da extrema-direita fomenta a extrema violência. Nos últimos, anos o Brasil assiste à pregação da disseminação do uso de armas de fogo, do ódio. Além disso, os extremistas tratam a escola e os educadores como inimigos ideológicos. É uma guerra suja deflagrada pelos extremistas contra a educação.
O Ministério Público de Santa Catarina já identificou mais de 500 células nazistas no estado. A ex-ministra dos Direitos Humanos Ideli Salvatti disse, em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, que o movimento nazifascista bolsonarista tem um foco. “Eles estão focados no ambiente escolar. Eles estão fazendo cooptação de juventude, de crianças e adolescentes, para operacionalizar as suas ações”.
É bom lembrar ao deputado federal da bancada de Alagoas que o atual governador de Santa Catarina, Jorge Melo, quando era senador gravou vídeo de apoio ostensivo ao Proarmas, entidade que defende a liberação total do porte de armas e patrocina candidatos nas eleições, sobretudo, parlamentares. Dirigindo-se aos participantes de uma convenção do Proarmas, ele disse que o presidente da entidade, Marcos Pollon, despachava em seu gabinete e mandava nele.
A ex-ministra Ideli Salvatti entende que o ataque à creche na cidade é fruto da disseminação do discurso de ódio e apologia do nazifascismo bolsonarista e, por isso, o movimento que ela ajudou a criar, o Humaniza, programou para esta segunda-feira (10), às 19 horas, reunião na cidade para definir ações específicas naquela região.
Esse circo de horror tem uma trajetória que envolve o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, o governador Jorge Melo, parte considerável dos políticos de Santa Catarina que estão alinhados com o pensamento de extrema-direita e os fabricantes de armas nacionais e internacionais.
O delegado Fábio Costa faz parte da Bancada da Bala no Congresso Nacional e, por isso, tem responsabilidade política com esse tipo e outros de tragédias que aconteceram em São Paulo, Santa Catarina ou em outros estados.
Educadores são tratados como “inimigos”
Facilitar a compra, uso e porte de armas é o caminho para mais tragédias com mortes. Apoiar o discurso contra a educação, como Bolsonaro e seus seguidores fazem, potencializa o ódio e violência.
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Quando o deputado extremista diz em suas redes sociais que “não podemos permitir que pensamentos ideológicos, totalmente fora da realidade, nos impeçam de preservar a vida das nossas crianças”, ele encontra um escape da responsabilidade política pelo discurso do ódio e da apologia ao uso de armas que ele defende.
O Brasil precisa reencontrar o caminho da convivência pacifica e fraterno e só será possível combatendo o armamentismo, valorizando a educação, a paz. e derrotando a extrema-direita.