segunda-feira 23 de dezembro de 2024

Primeiro emprego: 30% dos jovens entre 18 e 24 anos não trabalham, aponta IBGE

Jovens tendem a enfrentar mais desafios para conseguir um emprego, em razão da inexperiência e da pouca maturidade profissional
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A inserção dos jovens no mercado de trabalho é um dos grandes desafios atuais. Segundo o IBGE, a falta de emprego atinge principalmente os jovens: 30,3% das pessoas que têm entre 18 e 24 anos estão desocupadas. Entre os motivos, estão a inexperiência e a pouca maturidade profissional.

“O desafio para o jovem é que ele vem sem experiência e muitas vezes sem conhecimento, então o que eu digo para os jovens, é para eles se prepararem. Adquira mais conhecimento, não fique só no conteúdo da escola ou do curso técnico. Invista em treinamento, vá se tornando um especialista naquela vaga que você quer entrar naquela função”, explica o administrador e mentor de empresas André Minucci.

Minucci ressalta que as empresas precisam estimular programas de aprendizagem que permitam aos jovens funcionários adquirir novas habilidades e aumentar sua produtividade.

“As pequenas, médias e até grandes empresas aqui no Brasil têm que transformar pessoas em campeões profissionais e isso pode começar muito com esses jovens. Então, fazer um processo de abertura de vagas correto, falar qual é a função desse jovem que está chegando, mostrar as oportunidades que ele vai ter, mas ao mesmo tempo preparar ele com conhecimento, com treinamento e cobrar desse jovem, isso também, falar a realidade da empresa”, diz.

Além de não trabalhar, uma porcentagem alta desses jovens também não estuda. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), 15% dos brasileiros de 15 a 29 anos, o que equivale a 7,6 milhões de pessoas, não frequentam a escola formal ou trabalham e nem procuram emprego.

Apoio ao aprendiz

Um exemplo de iniciativa que contribui para inserção do jovem no mercado de trabalho é o programa Aprendiz Legal, que se ampara na lei 10097/2000. A lei oferece a possibilidade de inclusão para jovens de 14 a 24 anos sem experiência prévia, permitindo que estudem e trabalhem. Essa é uma das principais portas de entrada para o primeiro emprego com carteira assinada.

Com o objetivo de ampliar a Lei da Aprendizagem, foi lançada a Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Aprendiz no último dia 12. O deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP) foi relator do projeto de lei do Estatuto do Aprendiz (6461/19), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A matéria pretende atualizar a Lei da Aprendizagem, para incentivar a contratação de mais jovens aprendizes.

Bertaiolli acredita que o aprendizado abre as portas do mercado de trabalho para que o jovem tenha a sua primeira experiência profissional. Para ele, a frente é importante para aperfeiçoar a legislação e garantir oportunidades aos jovens.

“Uma frente parlamentar composta por 200 parlamentares que tenham todas as informações absolutamente precisas sobre o aprendizado será defensora do programa no país inteiro e arautos da divulgação das boas novas, que é motivar as empresas brasileiras a contratarem jovens na condição de aprendiz. Então, essa legislação será muito acompanhada por essa frente parlamentar, inclusive agora na discussão do novo ensino médio. Inserir o jovem na condição de aprendiz, como um complemento à sua formação escolar”, aponta.

De acordo com o CEO do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Humberto Casagrande, os números de emprego da juventude no país ainda estão muito aquém das expectativas.

“A situação do jovem está muito difícil. Nós temos 48 milhões de estudantes e só um milhão consegue trabalhar ou fazer estágio. Existe um clima de desesperança entre os jovens porque o país não tem os olhos voltados para ele. Então, movimentos como esse da frente parlamentar são muito importantes, porque eles vão permitir uma adequação da legislação, uma agilização dos processos e com isso vamos ter mais aprendizes contratados. A meta inicial é passar de 400, 450 mil que nós temos hoje para um milhão e precisamos do apoio parlamentar para isso”, ressalta.

Apenas jovens e adolescentes que estão matriculados ou finalizaram o ensino médio podem trabalhar na posição de aprendizes. Segundo Bertaiolli, nas próximas semanas será realizada uma reunião para definir os coordenadores da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Aprendiz.

Fonte: Brasil 61

Please follow and like us:
Pin Share

Mais lidas

Paulão cita 082 Notícias e volta a denunciar crime da Braskem em Maceió

O deputado federal Paulão (PT) usou o artigo “A Justiça que segrega”, do historiador

Polícia científica identifica digitais de suspeitos em brigas entre torcedores de CSA e CRB

Uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística de Maceió em um veículo utilizado na

Cultura reúne artistas musicais para novo cronograma do 6º Festival Em Cantos de Alagoas

A Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult) reuniu, na terça-feira (10),

TRE proíbe motorista de aplicativo de colar adesivo de candidatos

Veículos cadastrados em aplicativos de transporte urbano, como Uber, 99, InDriver e outros, não

Eleições 2024: cresce em 78% o número de eleitores menores de 18 anos

Por Iram Alfaia, do portal Vermelho O Brasil possui 1.836.081 eleitores menores de 18

Eleitores vítimas da Braskem são orientados a buscar novos locais de votação

A mineração predatória que a multinacional Braskem S/A realizou em Maceió por quase 50

  Dados de Projetos Esportivos Clube de Regatas Brasil – CRB Autor Descrição da

Senador vê desprendimento na renúncia de Joe Biden

O senador alagoano Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes no terceiro governo do presidente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *