A região do Cariri tem um dos mais altos índices de violência contra a mulher do estado do Ceará. Cícera Mônica, Silvany Inácio, Yanny Brena são mulheres de vidas sociais e condições socioeconômicas diferentes. Em comum, elas carregam as marcas fatais do feminicídio: todas foram assassinadas por homens que estavam em suas vidas.
Diante dessa triste realidade como pano de fundo, uma produção cinematográfica está sendo realizada no Cariri cearense. O longa metragem “Verbo Ser”, da diretora Nívia Uchôa, patrocinado pelo XIV Edital Ceará de Cinema e Vídeo, da Secretaria de Cultura do Ceará (SECULT-CE), objetiva mostrar o histórico desses crimes na região, onde Juazeiro do Norte é o segundo, junto com Tauá, (6 femicídios entre 2018 e 2023) encabeçam a lista de municípios com as maiores taxas de violência contra a mulher do estado, ao mesmo tempo em que destaca a ação de luta das ativistas pelo direito à vida das mulheres.
Trajetórias narrativas
As vozes ativas dessas mulheres, conduzidas por entrevistas em que os seus relatos de vivências costuram a narrativa do filme, formam uma estrutura dividida em três atos, entrecortados por performances. Cada ato tem um tema que será dialogado, entre os relatos e as cenas. No primeiro ato, a misoginia e os corpos das mulheres, marcados pela violência machista e patriarcal. No segundo ato, a objetificação da mulher, que a mercantiliza enquanto uma não pessoa, marcada pela hipersexualização, será o assunto base. O terceiro e último ato é a aurora da resistência, onde a liberdade e luta são evidenciadas.
Espaços cênicos
As locações, espaços onde as cenas do documentário estão sendo rodadas, foram pensadas para realçar os atos do filme. Nesse sentido, as narrativas serão ambientadas em diversos espaços, como ruínas, ambientes urbanos e a natureza da chapada do Araripe, onde se localiza o vale do Cariri, principal território cênico retratado no curta.
Sinopse:
Verbo Ser é um documentário reflexivo sobre violências contra mulheres na região do Cariri cearense, contado pelas vozes e olhares de ativistas dos movimentos de mulheres de várias organizações da sociedade civil, jornalistas, escritoras, mulheres trans e mulheres vítimas de violência.
Fonte: Assessoria