O cerco em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido cuidadosamente fechado. As investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) começam a ter consequências práticas, como a prisão de um assessor e a busca e apreensão na casa de Bolsonaro durante a Operação Venire, deflagrada nessa quarta-feira (3).
A PF investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Entre os seis detidos estava o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Cid era o militar mais próximo de Bolsonaro, uma espécie de “faz-tudo”, inclusive, operações criminosas como a que resultou na detenção dele, e mais as tentativas de camuflar as joias que Bolsonaro tentou se apropriar ilegalmente.
O tenente-coronel Mauro Cid que, antes, era tido pelos seus pares como um militar de currículo impecável, inicia uma nova fase em sua vida: a de abertura de uma ficha policial que tudo indica será extensa.
Bolsonaro e os militares que o cercavam terão a certeza de que “a casa caiu”, como é comentado entre os presidiários. O Brasil e o mundo ainda vai ouvir falar das muitas ações que derivarão do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os fatos investigados no âmbito da Operação Venire configuram crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Mas, a fila tem mais de uma dezena de processos abertos contra o ex-presidente genocida Jair Bolsonaro, que levará juntos seus filhos e esposa, aliados militares, parlamentares, empresários golpistas e financiadores do terrorismo.